Museu
Casa Stefan Zweig, no Valparaíso. (Divulgação)
por Marcos T.
Oliveira*
‘Quem
pensa que é feliz em outra terra é porque ainda não viveu aqui!’. O último
verso do hino de Petrópolis revela muito bem a vocação turístico-cultural da
Cidade Imperial. Desde sua fundação em 1843, o município revelou e revela
nuances para difundir-se pelo mundo. Seja durante o período imperial e a vinda
da sociedade aristocrata para passar suas temporadas na Serra, as estadas dos
diversos presidentes da era republicana ou até as vindas de personalidades do
mundo artístico-musical, mais recentemente.
Essa
Petrópolis tão referenciada lá fora, às vezes fica sem o merecido valor por
parte de seus munícipes, que preferem usufruir de equipamentos de outros
destinos da região do que da própria cidade, fazendo jus ao verso supracitado e
pensando que são felizes em outras terras. Um questionamento que muitos já
devem ter escutado em grupos nas universidades, escolas, bares, restaurantes ou
na rua é o de que Petrópolis não tem espaços que fortaleçam a cultura.
Um
detalhe que vale a pena ser destacado é a quantidade de instituições culturais
abertas na Cidade Imperial na última década. São museus públicos e privados,
com suas “gloriosas tradições”, que chegaram e ganharam seus espaços no cenário
petropolitano.
Neste
passado recente – que poucos moradores conhecem – está a vida e obra do
austríaco Stefan Zweig. O Autor ganhou um museu casa no Valparaiso, uma espécie
de memorial que conta a trajetória do escritor que imigrou para o Brasil
fugindo do Nazismo. Outra importante inauguração foi o Centro Cultural 14 Bis,
anexo à Casa de Santos Dumont, que oferece mais conforto para quem visita a
“Encantada”.
Museus
temáticos com entradas gratuitas ou ingressos um pouco salgados também
desembarcaram pela cidade. O Museu de Cera e seus personagens concebidos em
tamanho natural é um deles. O Museu do Artesanato, criado para valorizar o
trabalho dos artesãos locais, e o Museu de Motos Gallery 275, com mais de 100
motos de várias épocas, completam a tríade de instituições focadas em temas.
Outra
novidade que chegou pela Serra foi a reinauguração da Cervejaria Boemia com seu
complexo turístico-gastronômico. O roteiro tematizado com a aplicação de
tecnologia, painéis de tela sensíveis ao toque, som e luzes, além de cenários
cuidadosamente montados para entreter e celebrar a história da bebida mais
popular do mundo reforçou a vocação turística de Petrópolis.
A
restauração e adaptação de antigas estações de trens como centro culturais
também ampliou o leque de equipamentos pelos bairros e distritos de Petrópolis.
São eles: o Centro Cultural Wilma Borsato, em Cascatinha, o Centro Cultural
Celina de Oliveira Barbosa, em Pedro do Rio, e o Centro Cultural de Nogueira.
Para
finalizar a lista de inovações turísticas está o Museu Imperial, não que a
instituição tenha sido inaugurada nos últimos dez anos, mas que o mesmo é um
exemplo de órgão público que renova-se a cada ano. Somente em 2014, o Palácio Imperial
recebeu 339.374 visitantes. Um aumento de 5% com relação ao ano anterior. Neste
total estão incluídos os visitantes do prédio principal e de todos os projetos
como os espetáculos Som e luz, o Sarau Imperial e as programações sazonais.
Já
bastante difundido entre os habitantes da cidade é a entrada gratuita para
moradores de Petrópolis no último domingo de cada mês. Mesmo com essa
facilidade ainda existem muitas pessoas que nunca tiveram o prazer de usar as
pantufas mundialmente famosas. A reforma e ampliação da Casa Claudio de Souza,
na Praça da Liberdade, também permitiu que o petropolitano pudesse conhecer a
residência do médico e dramaturgo que morou naquele imóvel, sede das academias
literárias e artísticas.
Diante
de tantas instituições e novidades que brotaram na cidade nos últimos
anos, Petrópolis não deixa a desejar ao turista e morador que têm sede a
conhecimento, arte e cultura. Assim, todos os munícipes devem valorizar a
“cultura e fibra de homens de outras nações, que lutaram e criaram as riquezas,
guardaram as belezas que” defenderam e divulgaram,
No
ano de seu aniversário, o Petrópolis em Cena é um partícipe deste movimento,
pois surgiu como meio de comunicação para valorizar e divulgar o
engrandecimento das iniciativas artístico-culturais petropolitanas com o
compromisso “de que a luta no presente, vitória vai trazer”.
(*)Jornalista, especial para o Petrópolis em Cena
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