No mês em que completa seis
anos de existência, a Orquestra de Câmara do Palácio Itaboraí – OCPIT abre
inscrições para o processo seletivo 2019. O Projeto oferece um curso gratuito
de música com duração de quatro anos, com aulas de teoria musical, práticas de
instrumento e prática orquestral. Destinadas preferencialmente a jovens
estudantes que estejam cursando entre o 7o. ano do ensino fundamental e o 1o.
ano do ensino médio, as vagas são para os instrumentos viola, violino,
violoncelo, contrabaixo acústico, flauta transversal e clarinete. As inscrições
vão até 15 de março.
Criada em fevereiro de 2013, a
OCPIT é um projeto sociocultural que visa oferecer a oportunidade de formação
orquestral, humanista e profissionalizante a alunos da rede pública de ensino
de Petrópolis, idealizado e mantido pelo Fórum Itaboraí: Política, Ciência e
Cultura na Saúde, um programa da Presidência da Fiocruz, órgão ligado ao
Ministério da Saúde. “Somos uma instituição pública que atua na discussão
acadêmica e na realização prática da promoção da saúde, o que significa muito
mais que a prevenção ou cura de doenças. Significa compreender e abrir caminhos
para reduzir as desigualdades sociais, principais causas das enormes diferenças
nas condições de saúde da população. Por isso, através da Orquestra, ampliamos
o direito à cultura, à possibilidade de manifestar e exercer a vocação musical
de muitos que não têm essa possibilidade por falta de meios econômicos e de
acesso a esse patrimônio da humanidade. Trabalhamos para apoiar o
desenvolvimento desses jovens como cidadãos, como potenciais artistas e,
eventualmente, como profissionais da área, fazendo da sua vocação também um
meio de vida, se assim desejarem”, explica Felix Rosenberg, Diretor do Fórum
Itaboraí.
Atualmente, a Orquestra é
formada por 21 jovens músicos petropolitanos e comemora ter quatro
instrumentistas egressos cursando o ensino superior de música, nos cursos
de Licenciatura em Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ,
da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF e da Universidade Católica de
Petrópolis – UCP. Fortalecendo a proposta, a OCPIT recebe também um patrocínio,
por meio da Lei de Incentivo à Cultura, da Schott Brasil, empresa
multinacional de origem alemã, presente no Brasil há mais de 75 anos,
fabricante de embalagens de vidro para as indústrias farmacêutica e cosmética e
para laboratórios de análises clínicas.
O Curso
O curso, intensivo e gratuito,
oferece aulas teóricas e práticas de música, três vezes por semana, sempre
no período da tarde,além de apresentações regulares de concertos para diversos
públicos, principalmente para escolas da rede pública de Petrópolis, com carga
horária de 300 horas ao longo do ano. “As apresentações são parte de nossa
metodologia, porque, de um lado, fortalece o aprendizado e, de outro, divulga a
música clássica, especialmente no ambiente escolar, compartilhando conteúdo
cultural e educativo, formando público e estimulando futuros talentos”, explica
Celso Franzen Jr., maestro e coordenador da OCPIT, complementando que em 2018 a
Orquestra fez 20 apresentações para públicos diversificados, incluindo
concertos na programação de Natal de Petrópolis.
A seleção ocorrerá em duas
etapas: avaliação básica da coordenação rítmica e da prática musical informal,
no dia 16/03, e entrevista sociomotivacional, nos dias 20 e 21/03, ambas no
Palácio Itaboraí, sede do Fórum, e onde também acontecem as aulas, situado à
Rua Visconde de Itaboraí, 188, no Valparaíso. Não será exigido conhecimento
prático ou teórico de música.
As inscrições poderão ser
feitas na secretaria do Palácio Itaboraí, de segunda a sexta-feira, de 08h
às 17h, ou através do telefone (24) 2246-143.
Para conhecer mais sobre a
Orquestra de Câmara do Palácio Itaboraí acesse https://www.youtube.com/watch?v=kjeYKqG2J9s&feature=youtu.be&t=1
Fórum Itaboraí – Fiocruz
Inaugurado em 18 de outubro de
2011, como um programa especial da Presidência da Fiocruz, o Palácio Itaboraí
abriga o Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde. O Fórum é um
espaço permanente de reflexão e geração de ideias, que tem como principal
objetivo reunir intelectuais, cientistas, artistas, gestores e usuários de
educação e saúde do Brasil e do estrangeiro, para gerar formulações de
políticas e práticas tendentes a reduzir as desigualdades sociais na saúde. O
Fórum também desenvolve ações comunitárias que permitam pôr em prática
atividades inter e transetoriais. Entre essas práticas se destacam, além da
Orquestra de Câmara do Palácio Itaboraí: o desenvolvimento e aplicação de
tecnologias sociais (como o Diagnóstico Rápido Participativo – DRP, o Teatro do
Oprimido e a cartografia participativa) para o estudo participativo dos
determinantes de saúde de territórios em Petrópolis e atuação articulada com
outros setores, como o poder público e universidades, para o desenvolvimento
local; o Programa de Biodiversidade e Agricultura Urbana, cujos principais
projetos são o Arranjo Produtivo Local – APL de Plantas Medicinais e a
Trilha do Arboreto, uma trilha urbana de 808 metros, com um acervo de mais
de 300 espécies de plantas vivas e identificadas, sendo a maior parte delas
medicinais, que visam disseminar e resgatar os conhecimentos tradicionais e
populares do cuidado na saúde; incluem-se, ainda, a Biblioteca Livre do Palácio
Itaboraí, com acervo focado nos Programas do Fórum e disponibilização de acesso
a bibliotecas virtuais; atividades de apoio à capacitação tecnológica para
trabalhadores de saúde; a investigação-ação participativa no campo da promoção
da saúde; debates culturais, projetos, eventos e exposições de artes e cultura,
entre outras.
Sugestão de suíte
Piero Fagundes Torres, 19
anos, é o mais novo egresso da Orquestra de Câmara do Palácio Itaboraí – OCPIT
a ingressar na faculdade de música. Morador do Cascatinha, ele estudava no
Colégio Estadual Irmã Cecília Jardim quando, em 2013, assistiu a uma apresentação
da Orquestra na escola e, tempos depois, viu informação sobre o processo
seletivo da OCPIT no mural do colégio. “Eu tinha 14 anos e não me interessava
pela música clássica, especificamente. Achava careta. Mas tinha um desejo
enorme de aprender violão e minha família não tinha condições de pagar para eu
fazer aulas. Eu estava procurando um curso gratuito de violão, porque queria
ser ator, participar de musicais, e achei que era a hora de aprender música,
pois sabia que a música poderia me complementar, como ator”, relembra Piero.
“Quando vi a divulgação no mural da escola, achei que poderia ser uma
oportunidade e cheguei em casa e pedi apoio aos meus pais, que, em toda minha
trajetória, sempre me apoiaram. Tinha receio de não passar, porque eu não sabia
nada de música, mas tinha vontade. Fiz uma entrevista pessoal e acho que foi aí
que fui selecionado, com base no enorme desejo que tinha de tocar violão”,
conta o jovem instrumentista, filho do meio de mãe que trabalha como secretária
e o pai como estofador.
Piero ingressou na OCPIT em
2014 e conta que a jornada no início foi difícil, pois a Orquestra já tinha
jovens que tocavam e ele se sentia perdido e desintegrado. “Mas a Orquestra é
muito mais do que a música. É um lugar que se aprende sobre viver em
comunidade. Sempre tive apoio para não me desestimular ou desistir, tanto dos
coordenadores como dos amigos que fiz lá. E isso foi essencial para eu
continuar. Eu ia às aulas, mas corria por fora, pedia ajuda dos professores e
estudava muito em casa. Todo meu tempo livre dedicava ao meu violão. E foi
dando estes primeiros passos no escuro que consegui avançar e, aos poucos, fui
me integrando à Orquestra e descobrindo como a música clássica é interessante”,
recorda Piero, com um sorriso genuíno no rosto. “Eu era meio individualista,
queria aprender a tocar sozinho e seguir algo que estava na minha cabeça. Mas a
Orquestra me ensinou muito mais que música. Me ensinou que temos que nos
preocupar com todas as partes, porque se uma não funciona, a Orquestra não funciona.
E na vida também é assim. Ali mudei muito minhas concepções. Com toda
disciplina, conteúdo e valores, eu amadureci. Eu fui ajudado e também ajudei
muitos amigos. Hoje, tendo encerrado meu ciclo, vejo o quanto eu cresci como
pessoa e carrego comigo aprendizados da música e da vida”, avalia Piero.
A ideia de ser ator foi
transformada e Piero quer ser músico, se especializar cada vez mais no violão,
cursar a licenciatura e também o bacharelado e depois fazer uma pós graduação.
“Eu passo boa parte do meu tempo com o violão e pensei: porque não levar isso
como profissão, trabalhar com o que amo fazer? Não é um esforço, é um prazer.
Algumas pessoas já tentaram fazer minha cabeça, mas estou certo: eu quero ser
músico, intérprete, um violonista, e ir aprendendo até onde meu violão me
levar”, afirma, categórico, o jovem instrumentista.
Para ingressar na faculdade de
música ele precisou se preparar e muito, pois o processo seletivo exige um
conhecimento aprofundado e o candidato, além do Exame Nacional do Ensino Médio,
o ENEM, precisa passar no Teste de Habilidade Específica, o THE, para o qual
ele contou com o apoio dos professores e amigos da Orquestra. “Quando eu vi que
outros amigos da Orquestra, que vieram antes de mim, passaram, eu me senti
encorajado a também buscar este caminho, e estou muito contente que consegui!”,
comemora Piero, que, no próximo mês, dará início aos seus estudos na
Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF.
Serviço:
Fórum Itaboraí – Fiocruz
Rua Visconde de Itaboraí, 188 – Valparaíso – Petrópolis- RJ
Tel.: (24) 2246-1430
forumitaborai@fiocruz.br
www.forumitaborai.fiocruz.br
www.facebook.com/forumitaborai
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