O Setembro Vermelho visa conscientizar e alertar sobre doenças cardíacas, não só em humanos, como também em animais de estimação. O propósito ganha mais destaque no dia 29, quando é celebrado o Dia Mundial do Coração. As campanhas do período têm como objetivo incentivar o diagnóstico precoce, já que as patologias cardíacas apresentam evolução progressiva, com estágios iniciais silenciosos, sendo que em estágios avançados, o paciente pode dar entrada em atendimento de emergência, correndo risco de vir a óbito.

 

De acordo com a médica veterinária Camila Gonçalves, que atende na área, na Clínica Amigo Bicho, em Petrópolis, dentre as doenças mais prevalentes da cardiologia veterinária, podemos citar em cães, as que estão relacionadas ao funcionamento das valvas do coração, encontradas principalmente em animais de pequeno porte. Em cães de grande porte, as cardiomiopatias dilatadas são mais frequentes. Além disso, podemos citar as arritmias e alterações cardíacas secundárias à hipertensão pulmonar.

 

“Nos gatos, é possível citar com maior prevalência a cardiomiopatia hipertrófica, relacionada à musculatura do coração. O que chama mais atenção nessa alteração é que pode levar ao desenvolvimento de trombo, gerando o agravamento do quadro e, em alguns casos,  morte súbita”, explica.

 

Quanto à idade, em que momento é preciso pensar que o animal necessita de uma avaliação com um cardiologista? A partir dos sete ou oito anos, o paciente já possui indicação para avaliação cardiológica, principalmente nos preparativos para procedimentos cirúrgicos. Em raças de cães com predisposição, como Lhasa Apso, Shih-tzu, Maltês, Poodle, Dachshund, Teckel, Doberman e Boxer, além de gatos Maine Coon e Ragdoll, dentre outros, este acompanhamento deve ser iniciado precocemente, em torno de quatro ou cinco anos de idade.

 

“Em casa, é possível perceber que estes animais estão mais intolerantes ao exercício, não brincam como antes e apresentam respiração mais cansada. Em momentos de agitação, a tosse pode estar presente e pode ser confundida com engasgo” esclarece Camila, acrescentando sobre sintomas que levam ao atendimento de emergência. “É preciso ficar atento às dificuldades respiratórias, mucosas cianóticas (mais arroxeadas), que requerem suporte de oxigênio, desmaios repentinos e risco de morte súbita”, ressalta.

 

Por isso, é importante levar o pet regular e preventivamente ao clínico veterinário para fazer ausculta cardíaca, avaliação de pulso e pressão arterial, a fim de detectar sinais de alteração cardíaca. Caso um ou mais destes sinais estejam presentes, encaminhá-lo para um especialista para que sejam realizados exames complementares, como eletrocardiograma, ecocardiograma e raio-X de tórax, a fim de proporcionar maior longevidade e oferecer um tratamento mais efetivo para a doença.

 

O tratamento varia de acordo com cada paciente, grau da doença e quadro clínico apresentado. Na maioria dos casos, não há cura para os pacientes cardiopatas e o tratamento visa reduzir a piora do quadro, prolongar e melhorar a qualidade de vida.

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