Após seis anos sem ser
realizada, a Expo Petrópolis voltou a acontecer entre os dias 1º e 4 de maio,
no Parque Municipal, em Itaipava. Mas, junto com o retorno, também vieram os
velhos problemas: desorganização no trânsito, falta de ordenamento urbano e impactos
negativos para moradores, trabalhadores e comerciantes da região. A avaliação é
da associação Unidos por Itaipava (Unita), que cobra da Prefeitura mais
investimentos em estrutura e planejamento para que o evento não penalize os
distritos enquanto promove entretenimento.
Segundo a Unita, apesar do
grande potencial da Expo para o turismo e a economia local, o evento continua
sendo realizado sem o suporte necessário em mobilidade urbana, segurança e
fiscalização. “A Prefeitura precisa gastar mais, investir de fato em soluções
que garantam fluidez no trânsito e ordem pública. Não é razoável que um dos
maiores eventos da cidade aconteça às margens de uma rodovia fundamental, como
a Estrada União e Indústria, sem o devido planejamento para lidar com esse volume
de pessoas”, afirma Alexandre Plantz, presidente da entidade.
Para a Unita, a falta de
ordenamento afeta diretamente o direito de ir e vir dos moradores, prejudica o
deslocamento dos trabalhadores e sufoca o funcionamento de outros negócios. “A
Expo não pode ser um obstáculo para quem vive aqui. Em vez de estimular o
crescimento, da forma como vem sendo organizada, ela gera desconforto para a
população”, acrescenta Alexandre.
A associação também cobra o
uso mais inteligente da estrutura existente, como o potencial de estacionamento
dentro do próprio Parque e a organização de áreas específicas para carros de
aplicativo e vans. Outra reivindicação é o reforço no transporte público
durante os dias de evento, além da limpeza contínua na entrada e entorno do
local.
“O evento cresceu, o fluxo
aumentou, mas a estrutura urbana continua a mesma. A duplicação da Rua Agante
Moço, atrás do Parque, por exemplo, mostra que temos alternativas. Essa via,
cuja obra foi paralisada na gestão passada, é uma via de escape para o dia a
dia e se mostra essencial para quando há atrações no Parque. Outros eventos de
grande porte já deram sinais de como pode funcionar melhor com aplicação de
recursos”, reforça Fabricio Santos, secretário da Unita.
A entidade não se posiciona
contra a realização da Expo, mas defende que um evento desse porte exige
contrapartidas do poder público para garantir o equilíbrio entre lazer,
desenvolvimento econômico e qualidade de vida. “O sucesso de uma festa não pode
ser medido apenas pelo número de pessoas. Ele também precisa ser avaliado pela
capacidade de convivência e organização que oferece à cidade. Isso só se
alcança com investimento, planejamento e diálogo”, conclui Plantz.
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