Há corações que não apenas batem — eles pulsam com histórias, afetos e memórias. É essa vibração que ganha forma na exposição coletiva “O DOM da Artesania”, em cartaz na Galeria Arte da Graça, em Lisboa. Em cada obra, a simbologia do coração transcende o objeto: torna-se ponte viva entre Brasil e Portugal, traduzindo em linhas e texturas os laços profundos de cultura, fé e identidade que unem os dois países.


A inspiração vem de Santo Antônio, figura amada e reverenciada em ambos os lados do Atlântico. Mas aqui ele é lembrado não apenas como o santo casamenteiro das tradições populares, e sim como um homem que, em tempos de normas rígidas e conveniências sociais, ousou defender o amor verdadeiro. As peças artesanais que compõem a mostra — todas em forma de coração — carregam esse espírito de coragem e sensibilidade. São expressões de beleza, resistência e esperança feitas à mão, como quem borda sentimentos sobre o tempo.


Com curadoria do artista visual Cocco Barçante, a exposição é promovida pelo Museu do Artesanato do Estado do Rio de Janeiro, sediado em Petrópolis, e marca a quarta participação do artista em Portugal. Ao reunir obras que dialogam com o fazer artesanal brasileiro e português, o projeto propõe uma troca simbólica entre culturas irmãs. “Enquanto artesãos brasileiros se inspiram na tradição portuguesa, os portugueses se encantam com a diversidade e ousadia do artesanato brasileiro”, destaca o curador.



Conexões e artistas:

 


Camilo Moreira, construiu o seu coração valorizando a estética das construções de Lisboa e presentes no Rio de Janeiro. Se inspirou na Praça do Comércio, ponto turístico de Lisboa e a beira do Rio Tejo. Tudo o trabalho foi realizado utilizando reaproveitamento de lixo tecnológico característica do trabalho do artista.



Raquel Moita, cidade de Caldas da Rainha, Portugal. A artesã se inspirou na obra do artista brasileiro O. Bispo de Rosário. Conexões entre a técnica do bordado e as estéticas da obra do artista.

Grupo Marias das Artes, cidade de Três Rios, o grupo se inspirou na energia solar da cidade de Lisboa e as flores características da cidade e do país.


Joaquim Pinto, cidade de Barcelos, Portugal. O artesão busca inspiração em mulheres que viveram e vivem a arte da cerâmica em suas vidas. No Brasil a estética vêm da obra de Dona Isabel do Vale do Jequitinhonha, mulher que transformou a realidade da região com a técnica da cerâmica. A conexão com Portugal vêm através da obra da ceramista Júlia Côta, atuante e transformadora, neta do criador do Galo de Barcelos, Domingos Côto.





Joaquim Pinto, cidade de Barcelos, Portugal. O artesão busca inspiração em mulheres que viveram e vivem a arte da cerâmica em suas vidas. No Brasil a estética vêm da obra de Dona Isabel do Vale do Jequitinhonha, mulher que transformou a realidade da região com a técnica da cerâmica. A conexão com Portugal vêm através da obra da ceramista Júlia Côta, atuante e transformadora, neta do criador do Galo de Barcelos, Domingos Côto.



Duda Fingolo Tostes, cidade de Miracema, RJ. 

A fé contida nas Festas dos Santos Populares se une a fé e a Igreja de Santo Antônio da cidade de Miracema.



Zuzu Vieira e Luciano Alves, retratam ícones e a estética dos dois países com a pintura feita com a boca.



   O galo de Barcelos, o tucano e as janelas do bairro de Alfama.



 Katia Angeloff, Rio de Janeiro. A alegria do Carnaval se une a energia das Festas dos Santos Populares de Lisboa e em especial às do bairro da Graça.



Florarte, cidade de Rio das Flores, RJ. O estilo de vida bucólico e a nomenclatura da cidade interesse com os vasos de flores das ruas e janelas do bairro de Alfama em Lisboa.



Miriam Freitas, Rio de Janeiro, RJ. O Cristo Redentor se une ao Cristo Rei de Almada realizando está conexão dos territórios entre Brasil e Portugal.



Norman Ramunni, cidade de Lisboa. Este trabalho de design une os corações dos brasileiros e dos portugueses.



Sara Ribeiro, ceramista de Lisboa. Se inspirou os bordados do grupo produtivo, Bordando o Futuro, cidade de Itaperuna, RJ.



Cacá Valente, cidade do Rio de Janeiro. Buscou inspiração na obra do artista português contemporâneo, Vhils. Unindo o talento da fadista Amália Rodrigues.


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