A inadimplência de pessoas físicas no Brasil atingiu um novo recorde histórico em maio de 2025. É o que revela o indicador da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) que acaba de ser divulgado. Segundo o levantamento, 70,73 milhões de consumidores estão negativados, o que representa 42,59% da população adulta. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis (CDL Petrópolis), Cláudio Mohammad, o crescimento revela um cenário alarmante para a economia local. Hoje, cerca de 130 mil pessoas na cidade, quase a metade da população, está negativada. 


“Esses números refletem o grau de dificuldade que as famílias vêm enfrentando para honrar seus compromissos, enquanto o custo de vida se eleva. Isso afeta tanto os consumidores quanto o varejo, aumentando o risco nas transações comerciais”, avalia Cláudio Mohammad.


Ainda segundo o CNDL/SPC Brasil, o número de inadimplentes aumentou 6,28% em relação a maio de 2024. A variação anual ficou maior que a do mês anterior, enquanto o crescimento na comparação mensal caiu de 1,09% para 0,78%. “Ainda que o crescimento tenha desacelerado na comparação de um mês para o outro, ele revela uma situação que ainda se torna mais pesada a cada dia”, ressalta Claudio Mohammad.


Dívidas concentradas em jovens adultos

A maior concentração de devedores é na faixa etária de 30 a 39 anos, que representa 23,67% do total, ou 17,46 milhões de pessoas. Nesse grupo, mais da metade (51,44%) já estão com o nome negativado. A idade média dos devedores é de 44,8 anos, sendo que 51,13% são mulheres e 48,87%, homens.


“É preciso que tanto o poder público quanto o privado ajam para reverter essa situação, que já se torna um problema social. A inadimplência não é apenas um assunto econômico — é um assunto que afeta a qualidade de vida das famílias, aumentando a desigualdade, a vulnerabilidade e dificultando o desenvolvimento. A CDL Petrópolis quer ser parte dessa saída, trabalhando junto às empresas, às comunidades e às autoridades para encontrar caminhos que ajudem o consumidor a se reorganizar financeiramente”, afirma Cláudio Mohammad.


Dívidas médias, credores e crescimento nas pendências

Em maio de 2025, o valor médio das dívidas chegou a R$ 4.743,23, um pouco maior que os R$ 4.689,54 de abril. Cada inadimplente deve, em média, a 2,20 empresas — enquanto em abril essa média era de 2,18.


Ainda na mesma onda, quase um terço (30,24%) dos devedores possui dívidas de até R$ 500, enquanto 43,60% estão nas faixas de até R$ 1.000 — um percentual que revela que muitos estão com dificuldades para saldar até as contas de menor valor.


Ainda segundo o CNDL/SPC Brasil, o número de dívidas em atraso aumentou 11,15% em relação a maio de 2024 — um crescimento maior que o de abril (8,75%) — mostrando que o problema se torna cada vez mais recorrente.


Bancos vêm concentrando essa elevação, com um aumento de 14,37% nas dívidas em atraso na comparação anual — enquanto empresas de comunicação (+ 3,63%) e de água e luz (+ 0,99%) vêm aumentando em um ritmo menor. Por outro lado, o setor do comércio caiu 0,61%.


Ainda assim, o setor bancário é o que detém o maior percentual de dívidas, concentrando 66,77% do total. Segue o setor de água e luz (9,89%), o comércio (9,55%) e outros (8,19%).


“Se nada for realizado, essa situação se tornará uma bola de neve ainda maior, aumentando o endividamento das famílias, aumentando o stress, os problemas de família, de relacionamento, de violência, enquanto o comércio padece, já que o poder de compra se retrai. Apenas com uma abordagem conjunta poderemos romper esse ciclo”, acrescenta o presidente da CDL Petrópolis.

 

 

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