Por trás do latido de um cão
resgatado, há o trabalho silencioso, constante e apaixonado da Dog’s Heaven,
uma ONG criada há quase duas décadas por Guilherme Agnew, hoje com 76 anos. A
instituição, localizada em Petrópolis, acolhe atualmente 290 cães vítimas de
abandono ou maus-tratos e depende inteiramente da solidariedade da comunidade
para manter suas atividades. Sem apoio governamental, a entidade sobrevive por
meio de doações, rifas, bazares, vendas de produtos e, principalmente, pela
dedicação incansável de voluntários.
“Somos uma entidade sem fins
lucrativos que só consegue existir por causa das pessoas que acreditam no nosso
propósito”, afirma Márcia Coelho Neto, responsável pela comunicação e projetos
da Dog’s Heaven. Além de cuidar diretamente dos animais, ela também idealizou o
projeto Dog’s Recicla, que une a defesa dos direitos dos animais à
conscientização ambiental. A campanha de arrecadação de lacres de latinha e
tampinhas de garrafas plásticas se tornou um símbolo do trabalho da
instituição. Todo o material coletado é vendido para reciclagem e revertido em
ração e serviços veterinários — insumos fundamentais para manter a saúde e o
bem-estar dos cães.
O envolvimento da comunidade
tem sido crescente. Entre os parceiros, destaca-se o Colégio Koeler, cuja
doação teve impacto significativo na rotina do abrigo. A escola não apenas
arrecadou grande volume de tampinhas e lacres, como também produziu jingles e
um livrinho educativo inspirado na causa.
“O Colégio Koeler tem um
compromisso com o desenvolvimento humano de seus alunos. Acreditamos que
iniciativas como essa despertam neles a sensação de pertencimento e
responsabilidade social”, afirmou Raphael Louro, diretor da instituição.
A Dog’s Heaven conta hoje com
o apoio de dezenas de voluntários que organizam feiras de adoção, atuam nos
cuidados diários com os cães e promovem campanhas educativas nas escolas,
inclusive com a presença dos “volucães” — animais adotados pela própria Márcia,
que participam das visitas e ajudam a sensibilizar crianças e jovens.
“Já visitamos cerca de 25
escolas com o projeto, sempre levando a mensagem de que cuidar dos animais e do
meio ambiente é dever de todos”, ressalta.
Além da doação de lacres e
tampinhas, a ONG recebe ajuda através de adoção de baias (espaços onde vivem os
cães), doações financeiras, venda de produtos institucionais e adoções. “Toda
forma de apoio é bem-vinda para garantir que cada latido no abrigo continue
sendo um grito de esperança — e nunca de desamparo”, finalizou Marcia.
Postar um comentário
Gostou da matéria? Deixe seu comentário ou sugestão.