A campanha Julho Verde, voltada à prevenção e ao diagnóstico precoce dos cânceres de cabeça e pescoço, encontra um exemplo concreto de cuidado e acolhimento no trabalho oferecido pela Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos (APPO), em Petrópolis. Há mais de 15 anos, a entidade oferece atendimento gratuito em fonoaudiologia para pacientes acometidos por esses tumores, com foco na reabilitação de funções essenciais como a fala, a deglutição e a respiração.

 

Responsável por esse trabalho está a fonoaudióloga Márcia Costa, formada pela Universidade Católica de Petrópolis em 1984 e com especialização em Fonoaudiologia Hospitalar pela Universidade Veiga de Almeida. Com quatro décadas de experiência, Márcia tem se dedicado ao cuidado direto com pacientes oncológicos, promovendo intervenções fundamentais para a manutenção da autonomia e da qualidade de vida. “Trabalho na APPO há 15 anos, sempre com pacientes que enfrentam o câncer de cabeça e pescoço. O atendimento é realizado todas as quartas-feiras, das 8h às 12h, de forma gratuita e individualizada”, afirma.

 

Os cânceres de cabeça e pescoço englobam um grupo de tumores que afetam regiões como boca, laringe, faringe, seios da face, cavidade nasal e tireoide. Segundo a profissional, os sinais de alerta envolvem feridas que não cicatrizam, dor persistente na garganta, mudanças na voz, dificuldade para engolir, sangramentos, nódulos cervicais e dor de ouvido sem causa aparente. “São sinais que precisam ser investigados. Infelizmente, muitos pacientes só procuram ajuda em estágios avançados, o que reduz as chances de cura e aumenta as sequelas funcionais.”.

 

A fonoaudiologia entra nesse contexto como uma especialidade fundamental no processo de reabilitação. “O câncer e os seus tratamentos, como cirurgia e radioterapia, muitas vezes comprometem a musculatura da face, da língua e da garganta. Isso interfere diretamente na fala, na alimentação e até na respiração. O trabalho do fonoaudiólogo é restaurar, dentro do possível, essas funções, devolvendo conforto, segurança e dignidade ao paciente”, explica Márcia.

 

Na APPO, o atendimento segue uma rotina organizada, iniciando com uma triagem cuidadosa que considera as queixas dos pacientes e suas condições clínicas. São aplicadas avaliações da fala, deglutição, voz, respiração e mobilidade orofacial. Com base nos resultados, a fonoaudióloga propõe um plano terapêutico individualizado, com exercícios específicos para fortalecimento muscular, coordenação motora e controle respiratório.

 

“Trabalhamos com protocolos reconhecidos e adaptamos cada plano às necessidades e possibilidades de cada paciente. É um trabalho técnico, mas também muito humano. Envolve escuta, acolhimento e presença constante. A evolução pode ser lenta, mas cada avanço é uma conquista imensa para quem teve sua capacidade de se expressar ou de se alimentar comprometida.”.

 

Márcia compartilha histórias comoventes que marcaram sua trajetória, como a de um paciente que, após uma glossectomia — cirurgia que remove parcial ou totalmente a língua — conseguiu, com acompanhamento intensivo, voltar a se alimentar por via oral. “Ele foi desmamado da gastrostomia. Vê-lo comer novamente e com autonomia foi um momento de enorme emoção para toda a equipe.”.

 

Fonoaudióloga Márcia Costa



A fonoaudióloga destaca ainda que o início precoce do acompanhamento é um dos fatores determinantes para o sucesso da reabilitação. “O ideal é que a fonoaudiologia entre em cena desde o diagnóstico. Assim, conseguimos orientar o paciente sobre os efeitos do tratamento e adotar medidas preventivas antes que os prejuízos se instalem ou se agravem.”.

 

Durante o Julho Verde, a missão da APPO é ampliar o alcance dessas informações. A associação atua na sensibilização da comunidade quanto aos fatores de risco — como tabagismo, consumo excessivo de álcool, infecção por HPV e má higiene bucal — e reforça a necessidade de exames regulares, alimentação saudável e proteção solar para as regiões do rosto e pescoço. “São atitudes simples que podem salvar vidas. A população precisa entender que esses cânceres têm tratamento e que a detecção precoce é determinante para preservar a funcionalidade do paciente”, pontua.

 

Além de seu trabalho clínico, Márcia também valoriza a atuação integrada com outros profissionais da saúde. Na APPO, o atendimento é parte de um cuidado multidisciplinar, envolvendo médicos, dentistas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. “Essa integração permite uma visão mais ampla do paciente. A fonoaudiologia sozinha não dá conta de tudo, mas somada aos outros saberes, potencializa resultados.”.

 

Como mensagem final, ela dirige-se a pacientes e familiares: “Buscar apoio especializado desde o início do tratamento é um ato de coragem e amor-próprio. Mesmo diante dos desafios que o câncer impõe, é possível recuperar funções perdidas, comunicar-se com autonomia, alimentar-se com prazer e viver com dignidade. Não hesitem em procurar ajuda. Nós estamos aqui para cuidar de cada detalhe dessa caminhada.”.

 

Mais informações sobre a APPO ou como se tornar um parceiro e mudar a vida de algum paciente oncológico, podem ser obtidas na sede da APPO – Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos, localizada à Rua Visconde da Penha, nº 72 - Centro – Petrópolis – RJ, por meio do telefone fixo (24) 2242-0956, do WhastsApp (24) 99274-1377, do site www.appo.org.br, do e-mail appo@appo.org.br ou ainda das mídias sociais Facebook @appo.org e Instagram @associacaopetropolitana.


Siga-nos nas mídias sociais para conferir outros conteúdos exclusivos! Estamos no Instagram, no Facebook, no Twitter e no YouTube!


 

Post a Comment

Gostou da matéria? Deixe seu comentário ou sugestão.

Postagem Anterior Próxima Postagem

PUBLICIDADE