Neste sábado, 26 de julho, a retirada da obra “KilomboAldeya”, do artista visual Matheus Ribs, durante o Festival Sesc de Inverno em Itaipava, abriu uma discussão sobre os limites entre a proteção dos símbolos nacionais e a liberdade de expressão artística.
A instalação, que reinterpretava a bandeira nacional substituindo o lema “Ordem e Progresso” pela inscrição “KilomboAldeya”, fazia referência às matrizes indígenas e afro-brasileiras e aos territórios de resistência historicamente silenciados. Convidada oficialmente para integrar a mostra de artes visuais no Sesc Quitandinha, a obra foi desmontada por agentes da Guarda Municipal um dia após a instalação, sem consentimento do autor, sob alegação de “descaracterização do patrimônio nacional”.
O QUE DIZ O SESC
Em nota enviada à imprensa, o Sesc RJ lamentou a retirada da obra e afirmou que a ação foi determinada pelas autoridades competentes com base na Lei nº 5.700/1971, que trata do uso dos símbolos nacionais.
O caso reacende um debate essencial: qual é o limite entre a preservação dos símbolos nacionais e o direito à crítica simbólica garantido pela Constituição?
Em nota, artistas visuais, representantes do audiovisual, coletivos de cultura de rua e integrantes da Rede Cultura Viva de Base Comunitária manifestaram apoio a Matheus Ribs e repudiaram a retirada da obra. O grupo defende que “KilomboAldeya” é uma expressão legítima da arte política contemporânea e reafirma que ideias não se apagam, posicionando-se contra qualquer forma de censura simbólica ou institucional.
Já a Prefeitura de Petrópolis ainda não se posicionou sobre o ocorrido.
Postar um comentário
Gostou da matéria? Deixe seu comentário ou sugestão.