O Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde/ Fiocruz Petrópolis lançou um guia voltado a gestores, trabalhadores e lideranças comunitárias, com o objetivo de apoiar a identificação e a abordagem das desigualdades sociais como determinantes das inequidades em saúde. O material apresenta duas metodologias: o Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) e a Cartografia Participativa (CP).

O DRP é um processo coletivo que envolve a escuta ativa e o mapeamento de percepções da população sobre as condições de vida e saúde em seu território, permitindo identificar necessidades, prioridades e oportunidades de ação. No guia, há um passo a passo para apropriação da metodologia que inclui: aproximação do território, a utilização das travessias para identificação dos problemas percebidos pelos moradores e técnicos locais, além das pessoas-chave a serem entrevistadas ao longo do DRP; o estabelecimento de grupos focais, a realização de rodas de conversa, sistematização de resultados e organização da devolutiva para a comunidade, assim como desdobramentos e produções de relatórios.

Já a Cartografia Participativa, considerada uma ferramenta fundamental para o fortalecimento de grupos sociais vulneráveis e preservação dos direitos territoriais de comunidades tradicionais ou periféricas, aparece como um instrumento de planejamento territorial. A metodologia exige a participação coletiva da população envolvida. No guia, além da definição conceitual, é possível encontrar informações sobre como integrar a CP ao DRP.

O documento traz orientações para aplicação das metodologias em diferentes contextos, incentivando a construção de estratégias conjuntas entre setores como saúde, assistência social, educação, cultura e meio ambiente. A publicação deste guia busca estimular a criação de redes locais capazes de atuar sobre determinantes sociais, econômicos e ambientais da saúde, fortalecendo a participação social e a tomada de decisão baseada em evidências.

O guia disponibiliza também um tutorial para o uso de geotecnologias, mostrando, de maneira prática, a utilização de aplicativos de coleta de dados em atividades de campo. O uso de geotecnologias permite a aquisição dos dados no território e seu compartilhamento.

Todo o material foi adaptado a partir dos resultados do “Projeto Multicêntrico”, uma iniciativa coordenada pelo Fórum Itaboraí, que teve como objetivo a aplicação da Tecnologia Social para redução das desigualdades sociais como determinantes das inequidades em saúde em territórios vulneráveis da América Latina. O trabalho foi realizado em  cinco países, em 2024: Argentina, El Salvador, México, Paraguai e Colômbia, tendo como base a experiência adquirida mediante sua aplicação nos territórios de Petrópolis, onde ela vem sendo aplicada há mais de sete anos.





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