Você já parou para pensar na
quantidade de açúcar que consome diariamente? Acreditando ser uma opção mais
saudável, uma balinha de alga, uma barrinha de proteína ou até mesmo um
refrigerante orgânico, por exemplo, podem acabar não sendo as melhores escolhas
para o dia a dia.
De acordo com o Ministério da
Saúde, os brasileiros consomem 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que, em média, cada
brasileiro consome 80g/dia de açúcar, quando o limite
máximo indicado pela OMS é de menos
de 50g/dia para um adulto em uma dieta de 2.000 calorias.
Quando consumido em excesso, o
açúcar está associado ao aumento do risco de cárie dental, além de doenças
crônicas não transmissíveis. "A taxa de açúcar está relacionada ao
desenvolvimento de várias doenças crônicas como diabetes, hipertensão,
obesidade e resistência à insulina", explica Juliana Giglio, professora do
curso de Nutrição da UNIFASE.
Embora possa ser um desafio
diminuir esse consumo diariamente, há alternativas para uma alimentação mais
saudável e saborosa. "Desde cedo, as crianças acabam sendo muito
bombardeadas com o consumo de açúcar, o que acaba dificultando a inclusão dos
alimentos de uma forma natural, mas temos algumas estratégias para tentar
diminuir isso. Frutas secas, banana passa e tâmara, por exemplo, são
ingredientes que podemos colocar em preparações de bolos, panquecas, entre
outros, para evitar a adição do açúcar refinado", indica a professora.
Segundo
a última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF
2017-2018), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), 85,4% da população brasileira adiciona
açúcar a bebidas e outras preparações prontas. Esse
comportamento também foi observado por estudantes de Nutrição da UNIFASE, que
notaram um aumento no consumo de sachês de açúcar na cantina da universidade e
propuseram uma atividade prática, que analisa a composição de alimentos
amplamente consumidos.
"O que mais me surpreendeu
foi a bala de alga, pois o paladar dela não é doce, mas ela tem um elevado teor
de açúcar. O mesmo acontece com os refrigerantes orgânicos, que podem
passar a impressão de serem mais saudáveis, mas ainda assim contêm açúcar. Até
mesmo as barrinhas de proteína, apesar da proposta prática, são alimentos
ultraprocessados", analisa Suelen Araújo, estudante do 6º período do curso
de Nutrição da UNIFASE.
A leitura das informações
nutricionais contidas nos rótulos das embalagens é uma medida importante para
escolhas mais saudáveis. É o que tem feito a jornalista Nycole Portella, que
está no processo de reduzir cada vez mais o consumo de açúcar da sua
alimentação.
"Quando não costumamos
ver os ingredientes, achamos que não estamos consumindo açúcar, mas muitas vezes
estamos sem saber. Acho importante criarmos o hábito de ler os rótulos dos
alimentos e buscar sempre alternativas junto a um profissional, para que
possamos fazer essa transição de uma forma mais adequada", comenta.
"As pessoas pensam que o
alimento não tem açúcar, mas, às vezes, está escrito com outro nome, como
xarope de milho, xarope de glicose", completa Suelen.
O "Guia Alimentar para a
População Brasileira", elaborado pelo Ministério da Saúde, reforça que o
açúcar, assim como os óleos e as gorduras, quando são utilizados com
moderação e combinados apropriadamente com alimentos in
natura ou minimamente processados, podem resultar em diversas
receitas saborosas e nutritivas.
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