Embora a evacuação seja um gesto corriqueiro e muitas vezes invisível na rotina diária, ela é um indicador fundamental da saúde, sobretudo entre os idosos. O chamado “intestino preso” é frequentemente encarado como um efeito natural do envelhecimento, mas especialistas alertam que essa percepção está equivocada e que a constipação crônica deve ser considerada um problema de saúde sério, que merece atenção médica.


De acordo com a médica de Família e Comunidade, Pós-graduada em Geriatria; Médica prescritora certificada de Canabis Medicinal e especialista em atendimento domiciliar e ambulatorial, Inoã Viana, a constipação crônica é uma queixa extremamente comum, mas não deve ser banalizada. “Ela pode ser consequência de diversos fatores: alimentação pobre em fibras, ingestão hídrica insuficiente, efeitos colaterais de medicamentos ou até doenças pré-existentes”, explica. Por isso, entender quando a evacuação irregular se torna um sinal de alerta é essencial para a prevenção de complicações mais graves, como impactação fecal ou desidratação.


Nem todo episódio de intestino preso indica um quadro crônico. Para diferenciar um evento isolado de uma condição que exige acompanhamento, especialistas avaliam critérios definidos: os sintomas devem persistir por pelo menos três meses e apresentar pelo menos dois dos seguintes sinais: menos de três evacuações por semana; esforço significativo para evacuar; sensação de obstrução anorretal; fezes endurecidas e irregulares; e sensação de evacuação incompleta.


“Esses critérios ajudam a identificar casos de constipação crônica, permitindo ao médico investigar causas subjacentes, ajustar medicamentos e indicar o tratamento mais adequado”, afirma Dra. Inoã.


Entre os principais fatores estão a alimentação inadequada, pobre em fibras, e a baixa ingestão de líquidos, problema particularmente frequente na população idosa. Muitos evitam beber água por medo de incontinência urinária, dificuldades para locomover-se até o banheiro ou simplesmente por hábito. Além disso, medicamentos como antidepressivos e analgésicos potentes podem retardar o trânsito intestinal, agravando a constipação. Doenças crônicas, como diabetes, também contribuem para o problema, afetando os nervos responsáveis pelos movimentos involuntários do intestino e gerando o chamado trânsito intestinal lento.


O uso indiscriminado de laxantes é outro risco relevante. Muitas pessoas recorrem a esses medicamentos por conhecimento popular, sem orientação médica. “Nem todo laxante funciona da mesma forma e, dependendo da causa da constipação, pode causar impactação fecal ou desidratação. Laxantes ricos em fibras, por exemplo, só são eficazes se houver ingestão adequada de líquidos”, alerta Dra. Inoã. Para idosos, recomenda-se uma ingestão hídrica de aproximadamente 30 ml por quilo de peso corporal, o que significa, por exemplo, que uma pessoa de 60kg deve consumir pelo menos 1.800 ml de líquidos por dia.


A mudança no estilo de vida é o pilar da prevenção e do tratamento contínuo da constipação crônica. Dieta equilibrada, rica em fibras, hidratação adequada e prática regular de exercícios físicos — como caminhadas — são medidas que aceleram o trânsito intestinal e facilitam a evacuação. Estratégias complementares, como massagem abdominal, uso de banco de elevação para evacuação e treinamento de toalete, podem ser indicadas antes de se recorrer a medicamentos.


Nos casos mais graves, quando há dor intensa e ausência de evacuação por vários dias, é necessário acompanhamento médico para avaliar a necessidade de laxantes de ação rápida, enemas ou, em situações mais complexas, retirada manual das fezes.


Manter hábitos saudáveis em relação à evacuação pode ser um desafio para os idosos. A resistência em ingerir água regularmente é comum, mas familiares e cuidadores desempenham papel fundamental, lembrando o paciente da hidratação adequada e incentivando a prática de exercícios físicos. A medicina de família, por sua vez, permite um acompanhamento individualizado, considerando a totalidade do paciente: doenças pré-existentes, medicamentos em uso, hábitos de vida e até a estrutura familiar e domiciliar.


“Não podemos reduzir o paciente apenas à sua queixa do momento. Um acompanhamento completo permite construir um tratamento eficaz, evitando a automedicação e os riscos associados a soluções rápidas e inadequadas”, enfatiza Dra. Inoã Viana.


Inoã reforça que a constipação pode trazer não apenas desconforto físico, mas também impactos significativos na qualidade de vida e na vida social do idoso. A recomendação é clara: não normalizar o intestino preso, buscar avaliação médica, manter uma alimentação equilibrada, ingerir líquidos adequadamente e praticar exercícios físicos. Com essas medidas, um gesto aparentemente simples — evacuar — torna-se um indicador de saúde, prevenção e bem-estar.


Mais informações podem ser obtidas médicas podem ser obtidas com a médica Inoã Viana através do e-mail inoaviana@gmail.com, do WhatsApp (21) 99968-7980 e do Instagram @dra.inoaviana, ou ainda presencialmente no consultório à Rua Professor Stroeller, 428, Quarteirão Brasileiro – Petrópolis/ RJ.



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