As produtoras do evento Alice Cavalcante e Isabel Themudo, da Sábios Projetos / Foto: Divulgação


Evento será nos dias 18 e 19 de outubro

Exclusivo: produtoras falam sobre os bastidores do evento



Nos dias 18 e 19 de outubro, a 6ª Feira de Cerâmica de Petrópolis promete colorir o Shopping Vilarejo, em Itaipava, com arte, tradição e programação gratuita. O evento, que já se tornou referência no calendário cultural da cidade, reúne cerca de 40 expositores, oficinas, palestras e demonstrações ao vivo. As atividades prometem envolver toda a família em uma experiência única de contato direto com a arte da cerâmica.


À frente da produção estão Isabel Themudo e Alice Cavalcante, da Sábios Projetos, que falaram com exclusividade ao Petrópolis em Cena sobre o passado, o presente e as expectativas para o futuro da feira.

 


1. A Feira de Cerâmica de Petrópolis chega à 6ª edição. O que faz dela um evento já considerado tradicional na cidade?


Isabel Themudo: A feira foi se moldando como o próprio barro. Idealizada pelo grupo Arte Cerâmica em Petrópolis e organizada nas três primeiras edições pelos próprios ceramistas com objetivo de integrar os artistas, divulgar e valorizar a cerâmica artística, a cada edição foi ganhando corpo. Hoje já faz parte do calendário cultural de Petrópolis e é aguardada por artistas, apreciadores, turistas e moradores. O público sabe que encontrará peças únicas, diversidade de estilos e uma atmosfera acolhedora. A cada ano conseguimos ampliar o número de expositores, o que gera também mais alcance e reconhecimento. Essa continuidade, somada ao envolvimento da comunidade local, é o que transforma a feira em um evento tradicional e esperado.


 

2. E para essa edição, o que o público pode esperar neste ano?


Alice Cavalcante: Nesta edição, o visitante vai encontrar um ambiente ainda mais plural e inspirador. Teremos mais de 40 expositores, cada um com uma linguagem artística única, apresentando desde peças utilitárias, objetos decorativos a esculturas. Além disso, o público terá a oportunidade de participar de oficinas e palestras gratuitas, que tornam a experiência muito mais interativa e enriquecedora. Queremos que as pessoas saiam da feira não apenas com uma peça comprada, mas com uma lembrança afetiva, de ter aprendido algo novo. É essa vivência que diferencia a feira de uma simples exposição.

 


3. Isabel, a cerâmica tem raízes históricas em Petrópolis. Como essa tradição se conecta com a feira?


Isabel Themudo: Petrópolis tem uma ligação profunda com a cerâmica desde a chegada dos colonizadores, que trouxeram técnicas distintas da Alemanha, Portugal e Itália. Esse conhecimento foi passando de geração em geração, até ganhar dimensão industrial no século XX com a Cerâmica Itaipava e nomes como Luiz Salvador, que colocaram a cidade no mapa nacional da cerâmica. Hoje, a feira cumpre o papel de resgatar essa memória e ao mesmo tempo projetar o futuro. Ela é uma oportunidade de mostrar como o trabalho artesanal se reinventa, reunindo artistas de diferentes gerações e estilos. É um espaço onde tradição e inovação caminham lado a lado, mantendo viva a identidade cultural de Petrópolis.

 


4. Alice, qual a importância de promover oficinas e atividades gratuitas dentro da programação?


Alice Cavalcante: As oficinas são essenciais porque aproximam o público do fazer artístico. Muitas pessoas nunca tiveram a chance de tocar na argila e descobrir o prazer de moldar com as próprias mãos. Quando oferecemos essas atividades de forma gratuita, estamos democratizando o acesso à arte, tornando-a parte da vida cotidiana de crianças, jovens e adultos. Já vimos visitantes que, a partir de uma oficina, se encantaram tanto que decidiram se aprofundar no estudo da cerâmica. Além disso, esse contato gera uma experiência muito mais rica: em vez de apenas observar uma peça pronta, o visitante entende o processo criativo e valoriza ainda mais o trabalho dos artistas.

 


5. Além de arte e cultura, o evento também movimenta a economia criativa. Como vocês enxergam esse impacto?


Isabel Themudo: O impacto é bastante relevante, porque a feira não se limita a ser um espaço de exposição. Ela é também um ponto de venda e de troca de experiências. São mais de 40 ceramistas que têm a oportunidade de comercializar suas peças diretamente com o público, sem intermediários, o que  impulsiona a economia criativa da cidade. Além disso, o evento mobiliza uma rede de parceiros locais, como restaurantes, cervejarias e prestadores de serviços, que também se beneficiam do aumento no fluxo de visitantes. Isso gera um círculo virtuoso para a economia criativa, valorizando o trabalho manual e posicionando Itaipava como polo cultural e turístico da Serra.

 


6. Agora olhando para os próximos capítulos, qual é o sonho para o futuro da Feira de Cerâmica de Petrópolis?


Alice Cavalcante: Nosso desejo é que a feira continue crescendo em relevância e alcance, mas sem perder sua essência de encontro humano e troca genuína. Queremos que ela se consolide como um evento de referência nacional na cerâmica, atraindo cada vez mais artistas de outras regiões e até do exterior, mas mantendo a característica de acolhimento que conquistou o público desde a primeira edição. Imaginamos que, no futuro, a feira possa se expandir em atividades paralelas, envolvendo ainda mais a comunidade e as escolas, por exemplo. Mas, acima de tudo, o desejo é que cada edição siga proporcionando momentos de encantamento e inspiração para quem participa.

 



Sobre a Feira de Cerâmica Petrópolis

Contemplada pelo Edital Novas Linhas, promovido pelo Instituto Municipal de Cultura - Prefeitura de Petrópolis, via  POLÍTICA NACIONAL ALDIR BLANC DE FOMENTO À CULTURA – PNAB, a Feira de Cerâmica de Petrópolis conta nesta edição com o apoio do Shopping Vilarejo e do Sebrae, além de apoios culturais de importantes parceiros do setor, como Arte Brasil (SP), Crivo – Ferramentas para cerâmica (RJ), Sergio Suportes (SP), Ateliê Vitão (SP) e Beijo da Terra - Moldes para Cerâmica Artesanal (RJ), Pascoal Massas Cerâmicas (SP), Villa Verde Flores - Paisagismo e Jardinagem (RJ) e as Cervejarias: Guapa, Tortuga e Valley (RJ).

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