O deputado estadual Yuri Moura, a vereadora Júlia Casamasso e o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE/RJ – Núcleo Petrópolis) protocolaram uma denúncia formal com pedido de medida cautelar no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) contra o prefeito Hingo Hammes. O documento, com mais de 20 páginas, aponta atrasos sistemáticos no pagamento dos salários de todos os servidores municipais — ativos e inativos — e solicita investigação de possíveis irregularidades administrativas e financeiras.


A denúncia pede que o TCE determine o pagamento imediato dos vencimentos em até 48 horas, além do bloqueio de verbas não essenciais, como gastos com publicidade e cargos comissionados, até que a folha salarial seja regularizada.


“Que desculpa um prefeito que aumentou o próprio salário pode dar aos servidores que estão sem receber? Os servidores têm direito ao pagamento em dia. É desolador ver o desespero de ativos e aposentados”, declarou Yuri Moura.


O documento cita dispositivos da Constituição Federal, da Constituição Estadual e da Lei Orgânica do TCE-RJ, e solicita a abertura de uma Tomada de Contas Especial para apurar responsabilidades do prefeito e de outros gestores municipais. Segundo os denunciantes, o atraso, mesmo quando de poucos dias, tornou-se recorrente e generalizado, configurando uma inadimplência crônica e violando direitos fundamentais, como a dignidade da pessoa humana e o direito à remuneração.


A vereadora Júlia Casamasso destacou que o problema é agravado pela falta de comunicação oficial da Prefeitura. “A ausência de aviso e de previsão de pagamento é uma crueldade, principalmente com aposentados e pensionistas que dependem exclusivamente dessa renda. É um descaso que não pode continuar”, afirmou.


O SEPE-Petrópolis já havia ingressado com uma Ação Civil Pública contra o Instituto de Previdência e Assistência Social (INPAS) e o Município, cobrando o pagamento dos aposentados da Educação. O sindicato argumenta que os atrasos rompem uma tradição de décadas de pagamentos no último dia útil do mês e prejudicam idosos que dependem exclusivamente desses recursos.


Além dos atrasos salariais, a denúncia também menciona o aumento de 70% nos salários do prefeito, vice e secretários, e o crescimento da dívida pública municipal, que teria alcançado R$ 132 milhões em fevereiro de 2025. Para os autores do documento, tais decisões representam desvio de finalidade e afronta à Lei de Responsabilidade Fiscal.


O Tribunal de Contas do Estado deverá avaliar a admissibilidade da denúncia e decidir sobre a concessão da medida cautelar. Caso as irregularidades sejam confirmadas, os responsáveis podem ser multados, ter contas rejeitadas e sofrer outras sanções previstas em lei.


Até o momento, a Prefeitura de Petrópolis não se manifestou oficialmente sobre o caso.

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