Uma fatia dos R$ 5,4 bilhões
projetados em faturamento para a Black Friday nesta sexta (28) vai ser
movimentada pelo comércio de Petrópolis, que acompanha a tendência nacional e
já experimenta um novembro aquecido tanto nas vendas digitais quanto no
atendimento presencial. Entre 1º e 21 de novembro, o setor faturou R$ 29,07
bilhões, alta de 32% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo
a Neotrust, que monitora transações de 80 milhões de consumidores em sete mil
lojas virtuais. O movimento antecipado confirma a força do chamado “Black
November”, estratégia que espalha promoções ao longo de todo o mês e dilui o
pico de consumo da sexta-feira.
Para a Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), essa tendência se refletirá em
um novembro de volume recorde com crescimento real de 2,4% em relação a
2024. Os dados, que incluem períodos estendidos de ofertas e compras
planejadas, reforçam o peso da Black Friday, hoje a quinta data mais importante
do varejo, atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos
Pais. Entre os setores que devem registrar os maiores faturamentos estão hiper
e supermercados (R$ 1,32 bilhão), eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$
1,24 bilhão), móveis e eletrodomésticos (R$ 1,15 bilhão) e vestuário, calçados
e acessórios (R$ 950 milhões).
Para o presidente da Câmara de
Dirigentes Lojistas de Petrópolis (CDL Petrópolis), Cláudio Mohammad, o quadro
nacional cria boas perspectivas também para o comércio da cidade. “Estamos
acompanhando um consumidor mais confiante, pesquisando mais, usando diferentes
canais e disposto a aproveitar oportunidades. Isso aumenta o fluxo nas lojas
físicas e nos canais digitais, que vêm crescendo muito entre os empreendedores
locais”, afirma.
A CNC destaca fatores
macroeconômicos que ajudam a explicar o otimismo: a desvalorização do dólar —
que barateia produtos importados —, a inflação perdendo força e o avanço do
emprego e da renda. A taxa de desemprego atingiu 5,6% no trimestre encerrado em
setembro, o menor índice da série histórica iniciada pelo IBGE em 2002. Ao
mesmo tempo, desafios importantes permanecem, como juros elevados — com taxa
média de 58,3% ao ano no crédito livre para pessoa física — e o alto nível de
famílias endividadas: 30,5% têm contas em atraso. “Esses elementos exigem
atenção. O consumidor está mais seletivo, compara preços, busca reputação e
prefere condições claras de pagamento. O lojista que compreender essa virada de
comportamento sai na frente”, diz Mohammad.
Já um estudo da Gauge e da
W3haus mostra que a data teve elevado índice de satisfação no ano passado: 8 em
cada 10 brasileiros disseram ter encontrado ofertas realmente vantajosas, e a
projeção é que 9 em cada 10 devam comprar novamente em 2025.
Para Petrópolis, a combinação
de fatores pode impulsionar tanto o varejo tradicional quanto o digital.
“Nossos lojistas já estão percebendo aumento na procura por informações,
comparação de preços e busca por descontos reais. A Black Friday deixou de ser
apenas uma corrida por ofertas e passou a ser um momento estratégico de
relacionamento. Quem investe em experiência, transparência e boas condições de
pagamento cria fidelização”, avalia Mohammad. Ele reforça que a CDL orienta os
empreendedores da cidade a prepararem equipes, vitrine, canais digitais e
logística para atender a demanda crescente. “É uma oportunidade de ampliar
faturamento, mas também de conquistar clientes que permanecem comprando no
pós-Black Friday. Essa é a chave para fortalecer nosso comércio e manter o
ritmo positivo até o fim do ano”, completa.



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