O tratamento do olho seco acaba de ganhar uma inovação importante: o Tryptyr, recém-aprovado pelo FDA, agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos. O colírio é o primeiro a agir diretamente nas terminações nervosas da córnea, estimulando o próprio olho a produzir mais lágrimas — algo que nenhum outro medicamento havia conseguido fazer até agora.


Segundo a oftalmologista Ana Luísa Quintella Aleixo, o avanço representa uma mudança importante no tratamento.


“O Tryptyr, recém aprovado pela FDA, é o primeiro colírio que atua diretamente em terminações nervosas da córnea, aumentando a produção de lágrima. o princípio ativo desse colírio é totalmente novo, se chama Acoltremon e estimula receptores TRPM8, que são receptores do frio na córnea”, explica.

 

Os receptores TRPM8, amplamente descritos na literatura científica, são responsáveis por perceber estímulos de frio e, quando ativados, desencadeiam uma resposta neural que aumenta a produção fisiológica de lágrimas. É esse mecanismo que diferencia o Tryptyr de terapias tradicionais, que apenas repõem lágrimas artificiais ou tratam inflamações decorrentes do ressecamento.

 

A especialista reforça que a tecnologia abre caminho para uma nova via terapêutica.


“Ao estimular esse receptor, o colírio desencadeia um reflexo neural de produção fisiológica de lágrima. é uma nova forma de tratar o olho seco, com uma neuroestimulação controlada e que pode ser muito útil em pacientes com artrite reumatoide, síndrome de Sjögren e outras doenças autoimunes que diminuem a produção de lágrima”, pontua a oftalmologista.

 

Nos estudos apresentados na American Academy of Ophthalmology, mais de 50% dos pacientes tiveram melhora significativa no teste de Schirmer em apenas 14 dias, indicando aumento real da produção lacrimal. O dado reforça o potencial do Tryptyr para pacientes com hipossecreção lacrimal mais severa.


O olho seco é uma condição frequente e pode causar ardência, visão turva, sensação de areia nos olhos e desconforto contínuo. Em pessoas com doenças autoimunes, os sintomas tendem a ser mais intensos, o que torna o novo colírio uma alternativa especialmente relevante.

 

Post a Comment

Gostou da matéria? Deixe seu comentário ou sugestão.

Postagem Anterior Próxima Postagem

PUBLICIDADE