Após 36 dias de vigor do novo
valor de pedágio na BR-040, a R$ 21,50, o Ministério Público Federal – que
abriu procedimento administrativo para apurar o cálculo que majorou o taxa em
45% - realizou reunião técnica nesta terça (09) para destalhar a composição da
tarifa, com participação de técnicos da Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT), peritos do MPF, representantes do Tribunal de
Contas da União (TCU) e da sociedade civil. O movimento empresarial Petrópolis
2030 participou e mostrou preocupação no impacto do valor na economia.
Um audiência pública será
realizada no dia 18, às 13h30, no auditório da Fase quando o tema volta a ser
exposto. Em paralelo, o MP vai analisar o cálculo defendido pela ANTT para
trazer a público a conclusão do procedimento que abriu para apuração da
majoração. A Agência e o TCU asseguraram na reunião que o valor corresponde ao
compactuado em contrato. Outro ponto é que um novo aumento está previsto apenas
para maio de 2027. A reunião teve a presença do prefeito Hingo
Hammes e de representante do deputado federal Hugo Legal, além de secretários municipais
e da Procuradoria-Geral da União.
Impacto na economia
Para o usuário comum que faz o
trajeto diário entre Petrópolis e o Rio de Janeiro, o impacto no bolso é
imediato, com aumento no custo das viagens seja de carro ou ônibus. Para o
transporte de carga, o movimento Petrópolis 2030 alerta que o aumento tem
efeito direto sobre a economia e a logística local e regional. O acréscimo na
tarifa eleva o custo do frete, encarece a movimentação de mercadorias e
pressiona toda a cadeia logística. Pequenas e médias empresas, que dependem do
transporte rodoviário, podem sentir o impacto na competitividade, e parte desse
custo tende a ser repassada ao consumidor final. O efeito se estende por
municípios do entorno e ao longo de toda a rota, afetando o fluxo econômico e
comercial entre Rio, Petrópolis e Minas Gerais.
Para um carro de passeio,
considerando ida e volta ao Rio, o custo subiu R$ 13. Na tarifa anterior o
pagamento era de R$ 29,00 e agora passou para R$ 42,00. Já um caminhão de três
eixos, porte médio, o acréscimo é de R$ 32,68 saindo de R$ 72,60 considerando a
tarifa anterior, para R$ 105,28 na atual.
Cláudio Mohammad, presidente
da Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis, liderança do Petrópolis 2030,
pontua sobre o peso na economia. “O impacto é considerável com os 45% de
reajuste. Ele incide principalmente no custo de frete de mercadorias e atinge
não apenas Petrópolis, mas todo o fluxo até Minas, são sete cidades as mais
atingidas pelo gasto. É uma discussão que deve envolver esses municípios também”,
aponta.
Entenda o caso — A polêmica do pedágio da BR-040
A concessão do trecho entre
Juiz de Fora e Rio de Janeiro passou para a Elovias S.A. no dia 4 de novembro,
abrindo um novo ciclo de 30 anos de operação da BR-040. Logo nos primeiros
dias, porém, o reajuste da tarifa de pedágio passou de R$ 14,50 para R$
21, despertou reação e levou o assunto ao Ministério Público Federal
e ao Tribunal de Contas da União.
Embora, na assinatura do
contrato, em outubro, as autoridades federais, incluindo o Ministro dos
Transportes, Renan Filho, tenham falado em uma tarifa de R$ 17 — com
possibilidade de redução para usuários frequentes —, a ANTT autorizou um valor
45% maior que o anteriormente cobrado. A medida motivou uma representação
conjunta do prefeito Hingo Hammes e do deputado Hugo Leal no TCU, pedindo a
suspensão do reajuste.
Diante das dúvidas sobre os
cálculos e a transparência do processo, o MPF instaurou um procedimento
administrativo e deu início a uma perícia técnica em Brasília. Tanto a ANTT
quanto a Elovias passaram a encaminhar as informações exigidas.
Nesta semana, o MPF convocou
uma reunião técnica com ANTT, TCU, peritos e representantes da sociedade civil
para esclarecer como a tarifa foi composta e garantir que o valor esteja em
conformidade com a legislação, o edital e o contrato de concessão. Um audiência
pública dia 18, às 13h30, no auditório da Fase, em Petrópolis, volta debater a
tarifa.

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