A sequência de quedas de
energia registradas em Petrópolis desde terça-feira (9) em função de fortes
chuvas e quedas de árvores reacendeu o alerta sobre a fragilidade da
recuperação emergencial do sistema elétrico às vésperas do verão, período
historicamente marcado por tempestades e interrupções prolongadas na Região
Serrana. A Unidos por Itaipava (Unita) enviou um novo ofício à Enel
Distribuição Rio, nesta sexta-feira (13), exigindo a apresentação imediata de
um plano de contingência, reforço de equipes e explicações detalhadas sobre os
apagões que atingiram diversos bairros do município.
Os relatos de moradores
apontam episódios de 24h a 72h sem fornecimento de energia, apesar de
sucessivas solicitações de reparo. Entre as áreas afetadas estão o Manga Larga,
Bonsucesso e Santa Mônica, em Itaipava, e outros pontos do terceiro distrito,
além de bairros que enfrentaram instabilidade ou interrupção total do serviço,
como Araras e Corrêas. As falhas impactaram residências, comércios, vias
públicas e serviços essenciais, ampliando a sensação de insegurança em plena
temporada de pré-verão. Profissionais liberais, autônomos e pessoas em
home-office também foram impactados. Moradores chegaram a fechar vias em
protesto em Araras e Manga Larga depois de prejuízos com comida estragada e
remédios inutilizados em decorrência da falta de luz.
Para a entidade, o cenário é
uma prévia dos transtornos que podem se intensificar a partir de 21 de
dezembro, quando a estação mais chuvosa começa oficialmente. “O que vimos nesta
semana não pode ser tratado como um evento isolado. Se antes mesmo do verão
Petrópolis já enfrenta apagões prolongados, imagine o que acontecerá quando
vierem as tempestades. Precisamos de transparência, planejamento e resposta
imediata da concessionária”, afirma Alexandre Plantz, presidente da Unita.
A associação lembra que já
havia cobrado a Enel em diversas ocasiões entre 2024 e 2025, solicitando
reforço operacional, manutenção preventiva, cronograma de podas, protocolos
emergenciais e canais de comunicação mais eficientes. Até agora, porém, não
houve divulgação de um plano específico para Itaipava ou para o município como
um todo.
Entre os pontos cobrados no
novo ofício estão o detalhamento do plano de contingência para 2025/2026; a
informação do número de equipes disponíveis para atendimento emergencial; o
tempo estimado de mobilização; a explicação das causas dos apagões dos últimos
dias; e melhorias comprováveis nos canais de atendimento ao consumidor.
Para o secretário da Unita,
Fabrício Santos, a ausência de um planejamento público agrava a preocupação de
moradores, comerciantes e trade turístico. “A Enel precisa assumir o
compromisso de operar com eficiência em um território que depende do
fornecimento regular de energia para funcionar. Petrópolis é um polo turístico
e econômico, e não pode entrar no verão sem saber como a concessionária vai
agir diante das chuvas, quedas de galhos e ocorrências típicas desta época”,
aponta.
A entidade também destaca que
os prejuízos atingem múltiplas frentes: comércio, hospedagem, mobilidade
urbana, abastecimento de água e segurança. Em Itaipava, onde o fluxo de
visitantes aumenta significativamente no fim do ano, a inoperância da rede
elétrica coloca a região em desvantagem competitiva justamente no período de
maior movimento.


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