Em 2014, o mês de agosto
recorda os 60 anos da morte de uns dos maiores políticos do Brasil, Getúlio
Vargas, e o Museu Imperial relembra um importante episódio na vida do 14º
presidente do país: seu acidente na subida da Serra de Petrópolis. O objeto
causador da tragédia faz parte do Acervo Histórico do Museu e sua imagem pode
ser acessada através do portal do Projeto DAMI.
O livro “Diário – Vol. I e II de Getúlio Vargas”
conta que em 25 de abril de 1933, Getúlio e sua esposa foram ao Rio de Janeiro
consultar um dentista e tiveram a companhia de seu filho e um ajudante de
ordens, o comandante Machado. Após a consulta, foi acompanhar-lhe o
capitão-tenente Celso Pestana, que ainda não dera serviço, a pedido de Machado,
cuja mãe havia adoecido.
Vargas, então, seguiu para o Palácio do Catete, sede
do poder executivo brasileiro na época, despachou o ministro do Exterior e
Agricultura, participou de algumas audiências e regressou à Petrópolis às 18
horas. Como na maioria das vezes na travessia Rio-Petrópolis, ventava e chovia,
porém, mais tarde o tempo começou a melhorar.
Subindo a Serra, Vargas, Darci, Getulinho e Pestana,
entraram na zona de viadutos e desviaram de um volumoso tronco de madeira, foi
quando a chuva retornou. No mesmo instante houve um estrondo e Getúlio descreveu
este momento em seu Diário. “Senti um choque formidável sobre as pernas que me
imobilizou. Parou o auto, verificamos a catástrofe: uma pedra rolara da
montanha, atravessara a capota do auto e atingira em cheio o comandante Celso
Pestana, que caiu fulminado, sem um gemido”, relatou o Presidente.
Estavam sentados no banco de trás Getúlio Vargas, na
ponta esquerda, a esposa no meio e seu filho, à direita, que, por sorte, não
foi atingido. Com a chegada da polícia a pedra foi retirada e, no mesmo
automóvel, seguiram para o Hospital São José. “Foram 20 minutos de angústia. Eu
imobilizado num canto, tendo sobre as pernas o banco quebrado e o corpo do
mologrado oficial. Darci deitada sobre o banco, com a cabeça no meu ombro,
ensangüentada, com a perna fraturada, gemia lamentosamente sob a pressão
daquele duplo choque”, continua a descrição.
Ao chegarem ao hospital, foram transportados para o
leito e receberam os médicos Florêncio de Abreu e Castro Araújo, assistidos por
Pedro Ernesto e Haroldo Leitão da Cunha, que concluíram que Getúlio Vargas
havia tido três fraturas sem gravidade, porém, Darci, com sua fratura exposta,
já estava com os vibriões de decomposição apurados em exame e ameaçada de
gangrena, teria que ficar em observação.
Neste momento é encerrado
relato de Getúlio em seu Diário, mas na obra “Darci, a outra face de Vargas”,
conta que, diante do ferimento, os médicos decidiram pela amputação da perna. Após
o diagnóstico, Getúlio Vargas decidiu ouvir o médico Pedro Ernesto, prefeito do
Distrito Federal, que salvou a primeira-dama de perder um membro ao conseguir
deter o processo de gangrena.
A pedra que atingiu o
automóvel foi transferida do Museu Histórico de Petrópolis para o Museu
Imperial. Hoje, o objeto faz parte do acervo histórico do local.
SOBRE GETÚLIO – Getúlio Vargas
nasceu em 19 de abril de 1882, no Rio Grande do Sul, onde foi Presidente,
Senador e Deputado Federal. Vargas também já ocupou o cargo de Ministro da
Fazenda e foi advogado antes de ocupar o principal cargo político no Brasil, a
Presidência, em novembro de 1930. Durante seu mandato foi líder civil da
Revolução de 1930 e ficou conhecido como o “pai dos pobres”, pelo fato de ter
criado diversos benefícios trabalhistas e sociais como o salário mínimo,
carteira de trabalho, jornada diária de oito horas, férias remuneradas,
descanso semanal, direito à previdência social e, mais tarde, o décimo terceiro
salário e o salário família.
Porém, há 60 anos, em agosto de 1954, em seu quarto,
no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal,
Getúlio Vargas cometeu suicídio ao dar um tiro em seu coração. Antes de morrer
o 14º presidente do país, deixou uma carta em que dizia “saio da vida para
entrar na história”.
SERVIÇOS
Museu Imperial/Ibram/MinC
Endereço: Rua da Imperatriz,
220 – Centro – Petrópolis, RJ
Telefones: (24) 2233-0300 /
(24) 2233-0360
E-mail: mimp.faleconosco@museus.gov.br
Site: www.museuimperial.gov.br
Twitter: @museuimperial
Facebook: www.facebook.com/museuimperial
Visitação: de terça a domingo,
das 11h às 18h
Jardins: de terça a domingo,
das 8h às 18h
Preços:
Adultos: R$ 8,00
Estudantes, professores e
maiores de 60 anos: R$ 4,00
Menores de 7 anos e maiores
de 80: gratuito
Moradores de Petrópolis e
petropolitanos, às quartas-feiras e no último domingo do mês: gratuito
Assessoria de Imprensa
Tarsila Mendes
(24) 2233-0321 / 2233-0392
Postar um comentário
Gostou da matéria? Deixe seu comentário ou sugestão.