por Juliane Lisboa
O
avanço tecnológico vem facilitando nossas vidas em vários aspectos,
principalmente na internet, jogos eletrônicos e celulares. A facilidade
em apertar um botão e obter uma informação, nos traz consequências positivas e
negativas. Como dizia nossos avós “tudo em exagero faz mal”, e o mundo digital
também está nesse conceito.
A
utilização de forma excessiva tem levado as pessoas a deixarem de se
relacionar. Os laços familiares, as amizades e as vidas amorosas, ficam em
segundo plano trazendo também problemas de saúde, tais como: Sedentarismo,
aumento de peso e insônia. Os aparelhos emitem muita luz azul e ao serem
absorvidas pela retina, estimulam ao cérebro a ficar alerta e anula a produção
da melatonina, o hormônio que induz ao descanso. A atração pelo uso compulsivo
muitas vezes está ligada a timidez. Ser um avatar e com isso poder ter
habilidades e perfis substituídos dos quais possui na vida real é muito
atrativo e frustrante na medida que saem desse contexto e se deparam com suas
fraquezas e limitações. Há pessoas também que apesar de não estarem conectadas
a jogos, necessitam das redes sociais para muitas vezes criar uma vida feliz
ilusória. E as curtidas e comentários são a base da aprovação. É o combustível
para que essa compulsão continue. Pode ser tão problemático quanto um
dependente químico. Pegar o celular imediatamente a cada notificação, a
sensação falsa de que o aparelho está vibrando ou tocando e a irritabilidade e
ansiedade quando os mesmos estão descarregados ou fora da área de cobertura, são
exemplos do que costuma acontecer. Esse desconforto é na verdade um transtorno
conhecido como Nomofobia. É uma fobia causada pela angústia resultante a
incapacidade de acesso a comunicação.
Não
existe um período preciso de tempo saudável de utilização, pois a dependência
não é apenas diagnosticada pela quantidade de horas conectadas, ela se
caracteriza pela falta de controle do impulso. Quando a utilização afeta
negativamente a vida social, rendimento escolar e/ou de trabalho é necessário a
ajuda de um profissional. O psicólogo irá avaliar a compulsão e junto ao
paciente criar estratégias psico-educativas, entendendo o pensamento automático
e se necessário encaminhar para um neurologista para um tratamento em conjunto.
Não
podemos demonizar a tecnologia, mas precisamos aprender a lidar como tantas
outras modernidades de maneira mais saudável.
(*)
Psicologia Infanto-Juvenil e Orientação Vocacional.
CRP:
05.36600
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