Com o intuito de preservar e difundir a cultura afro-brasileira,
seus ensinamentos, história e diferentes expressões artísticas em Petrópolis,
eis que nasce a “Olodè: 1ª Mostra online de cultura afro-brasileira”, promovida
pelo Templo do Caboclo Sr. Ogun 7 Escudos. A apresentação online do projeto
aprovado pela Lei Aldir Blanc, está marcada para este sábado, dia 27, a partir
das 19h, no YouTube.
“Uma das três matrizes formadoras de nosso Brasil, invizibilizada
e desvalorizada desde os tempos nefastos da escravidão, a matriz africana ganha
destaque neste primeiro projeto de nossa Casa. Todas as manifestações, aqui
presentes, são um chamamento contra as desigualdades e contra o racismo e todas
as suas formas de expressão”, coloca Pai Pedro Nogueira, dirigente do Templo do
Caboclo Sr. Ogun 7 Escudos.
Artistas locais, majoritariamente negros, bem como pesquisadoras
que fortalecem a luta antirracista abrilhantam o evento, que promete ser um
festival múltiplo, no qual será enfatizado o protagonismo negro, mesclando
tradições e contemporaneidade, como práticas ancestrais de confecção das
bonecas abayomis, até o pensamento sobre como destacar a beleza da pele
negra através de maquiagem e penteados. Entre as atividades estão ainda
apresentações de dança como capoeira, dancehall, de origem jamaicana e
hoje uma vertente das danças urbanas, movimento periférico que ganhou destaque
na cidade nos últimos anos, praticado pela juventude negra. Na programação
também constam estilos musicais como o antigo samba e o jovem estilo do rap,
além de falas que abordarão temas como arte, racismo e cultura afro-brasileira.
De acordo com Pai Pedro Nogueira é importante lembrar que o Brasil
é profundamente marcado por séculos de escravidão e as práticas culturais do
povo preto são uma forma de resgate de uma identidade familiar recuperada,
atividade de resistência, luta e preservação de um patrimônio, atacado e
perseguido até os dias atuais.
“Através da programação proposta, conseguimos uma rica diversidade
cultural silenciada cotidianamente por preconceitos de todos os tipos. Sendo
assim, produzir um conteúdo que poderá ser acessado em plataformas online é
ampliar o acesso para o público interessado diminuindo a invisibilização e
desvalorização dos saberes originários de culturas africanas. Olodè é uma
mostra que se justifica na contribuição da diminuição da ignorância que gera
intolerância e ações de violência que são noticiadas por todo país”.
“Me senti muito honrado com este convite para participar da
Mostra, principalmente por ser tratar de um festival de cultura
afro-brasileira. Em Petrópolis existem poucas iniciativas como esta, com um
recorte tão necessário”, disse o rapper Durango Kid.
“O resgate da cultura, das tradições e da religiosidade é de
extrema importância para a valorização do povo preto, como um povo que também
contribuiu para a identidade da nossa cidade e também do país. Quem sabe com
ações conseguimos diminuir ou erradicar o racismo estrutural que existe na
nossa sociedade, que passa pela falta de conhecimento, divulgação e
enaltecimento de nossas histórias?”, deixa o questionamento a atriz, diretora e
produtora teatral, Simone Gonçalves.
Programação
- Contação de itans:
Simone Gonçalves
Ariel Barbosa
Soninha Maracanã
- Oficinas:
Atabaque para crianças com Deivid Preceito
Confecção de Abayomis com Marisa Stutzel
Maquiagem para Beleza Negra com Nathália Quintella
- Apresentações de dança:
Capoeira e Maculelê com Mestre Fumacinha |
Dance Hall com Sulamita Costa
- Apresentações musicais:
Juliane Gamboa
Durango Kid
- Falas:
Pai Pedro Nogueira
Carolina Maíra
Cynthia Raquel
Leila Leão
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