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Hospital Santa Teresa / Foto: Arquivo Petrópolis em Cena


Acompanhamento psicológico auxilia no enfrentamento de medos, inseguranças e traumas que podem surgir como resultado de complicações

 

O medo do agravamento dos quadros de saúde e do enfrentamento das doenças tem impactado no emocional dos pacientes e pode interferir no resultado dos tratamentos. Para garantir o suporte necessário, no Hospital Santa Teresa, de Petrópolis, as internações são acompanhadas por uma equipe multidisciplinar composta também por psicólogos que têm como objetivo auxiliar nos estados emocionais, esclarecendo dúvidas que podem causar ainda mais ansiedade.

 

“Intensificamos o trabalho multidisciplinar das equipes durante a pandemia e percebemos que o acompanhamento psicológico dos pacientes e o suporte às famílias tem sido um grande aliado nos tratamentos, principalmente, dos casos de internações pela Covid-19”, avaliou o diretor executivo do HST, o médico Leonardo Menezes.

 

Além de fornecerem apoio emocional, os psicólogos ajudam na compreensão das condições que afetam os indivíduos em reabilitação, contribuindo para o esclarecimento de dúvidas que podem causar incertezas e ansiedade. De acordo com a psicóloga Jociane Gatto, coordenadora do setor de psicologia do Hospital Santa Teresa, a dificuldade em lidar com estados emocionais relacionados a complicações que afetam a saúde pode levar à manifestação de repercussões físicas. “Quanto mais o indivíduo compreende e aceita a sua situação, melhores são suas chances de êxito no enfrentamento das emoções que surgem como um resultado do acometimento”, adiciona. 

 

Atualmente, o acompanhamento psicológico tem se apresentado como um grande aliado no tratamento da infecção causada pelo novo coronavírus que, para determinados indivíduos, pode acentuar manifestações emocionais. Além de lidarem com as mudanças drásticas que o atual cenário trouxe ao dia a dia, aqueles acometidos pela COVID-19 também precisam encarar as repercussões físicas e emocionais impostas pela condição. “Temos presenciado reações de extrema angústia e pânico frente ao adoecimento. Isso traz sérios prejuízos ao tratamento porque algumas pessoas têm grande dificuldade em aderir e seguir algumas orientações básicas, reagindo, por vezes, com negação. Muitos se recusam a passar por uma internação ou respeitar o isolamento. Alguns apresentam receio em se submeter às rotinas de tratamento, como a Ventilação Não Invasiva”, explica. 


Para aqueles com condições psicológicas pré-existentes, a infecção pela COVID-19 pode contribuir para uma piora nos sintomas, reforçando a relevância do monitoramento emocional no tratamento. “No caso de indivíduos que já apresentavam quadros de ansiedade ou depressão, estas complicações podem ser agravadas durante o adoecimento. Vale lembrar que, para alguns, o processo de cura pode ser mais difícil, com angústias, medos e raiva, enquanto, para outros, pode se dar de forma mais suave, com serenidade e resiliência. Isto dependerá da capacidade de cada sujeito e de seu histórico psicológico”, ressalta.

 

Mesmo para quem já foi curado da COVID-19, a incidência de manifestações psicopatológicas pode se apresentar como uma sequela pós-acometimento, que atinge cerca 80% daqueles que tiveram a doença, segundo a pesquisa “More than 50 long-term effects of COVID-19”, publicada em 2020. “Percebemos que alguns indivíduos saem do processo de adoecimento com grande fragilidade emocional e até sintomas de estresse pós-traumático. O acompanhamento psicológico irá ajudar bastante no enfrentamento de medos, inseguranças e traumas que podem ter sido mobilizados nesse processo”, completa. 

 

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