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Dra. Carla Ismael, oncologista CTO |
Este dia 31 de maio marca
o Dia Mundial Sem Tabaco, data instituída para conscientizar a população
sobre os danos causados pelo fumo e incentivar políticas públicas de combate ao
tabagismo. Para a oncologista clínica Carla Ismael, do Centro de Terapia
Oncológica (CTO), a ocasião é uma oportunidade para reconhecer os avanços
conquistados — mas também para alertar sobre um novo desafio de saúde pública:
o uso crescente do cigarro eletrônico entre adolescentes.
“Esse dia é muito importante
porque marca um movimento iniciado há mais de 40 anos para eliminar o tabaco
dos ambientes públicos. Começamos pelos hospitais e avançamos para aeroportos,
indústrias, restaurantes... Foi uma transformação significativa”, relembra a
médica. Segundo o Vigitel 2023, a prevalência de fumantes com 18 anos ou
mais é de 9,3%, indicando uma tendência de queda, reflexo direto de campanhas
de prevenção e de políticas de restrição ao tabaco.
No entanto, esse cenário
positivo convive agora com uma ameaça crescente: o vape, como é
popularmente conhecido o cigarro eletrônico. Mesmo proibido pela legislação
brasileira, o dispositivo tem se popularizado rapidamente, especialmente entre
o público jovem.
“Esse cigarro eletrônico está
entre nós há mais de 15 anos, e embora proibido, ele atinge principalmente os
adolescentes. Temos casos de uso entre crianças de apenas 11 anos, mas a faixa
mais afetada está entre 13 e 15 anos”, alerta Carla Ismael.
De acordo com a especialista,
os efeitos do vape podem ser ainda mais nocivos e precoces que os do cigarro
tradicional. “Enquanto o cigarro comum leva de 10 a 15 anos para causar efeitos
colaterais mais graves, o cigarro eletrônico pode gerar danos pulmonares
importantes em apenas cinco anos. Já temos inúmeros estudos mostrando
adolescentes com comprometimentos sérios por causa do uso contínuo”, afirma.
Um fator preocupante é a
maneira como o produto é apresentado aos jovens. Com sabores artificiais e
aparência moderna, o cigarro eletrônico tem atraído adolescentes com pouca ou
nenhuma percepção do risco que representa. “A indústria foi muito estratégica
ao criar sabores que encantam esse público. É preciso informar e conscientizar,
porque esses jovens ainda não têm maturidade para entender o que estão
inalando.”
A médica também destaca
que muitos países já adotaram restrições mais duras ao uso do
cigarro, inclusive proibindo o fumo até mesmo em vias públicas, como o Japão
por exemplo, deixando a casa e cabines específicas como ambientes permitido.
Medidas como essas foram fundamentais para a redução no número de fumantes ao
redor do mundo.
Para a especialista, é
fundamental que pais, educadores e profissionais da saúde se envolvam
ativamente na conscientização. “Avançamos muito no combate ao cigarro
tradicional, mas agora temos outro problema que precisa ser enfrentado com
urgência. O cigarro eletrônico é o novo inimigo da saúde dos nossos adolescentes”,
conclui.
Sobre o CTO
Com mais de quatro décadas de
atuação em Petrópolis e uma unidade consolidada em Três Rios desde 2010,
o Centro de Terapia Oncológica (CTO) é referência no tratamento do
câncer e no cuidado integral ao paciente. A clínica conta com equipe multidisciplinar,
tecnologia de ponta e abordagem humanizada, com foco na excelência assistencial
e na promoção da saúde.
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