Nesta semana, Petrópolis
recebe a X Exposição Especializada do Cavalo Mangalarga Marchador, etapa
oficial do circuito nacional da raça, sediado no Parque Municipal Prefeito
Paulo Rattes, em Itaipava. O evento, que se destaca com avaliações e provas
praticadas pelos equinos, destaca para além da beleza e da técnica dos animais
em pista, a atenção para aspectos menos visíveis, mas fundamentais no
desempenho dos cavalos: as ferraduras.
Segundo Luiz Gustavo Tenório,
consultor técnico da Mattheis Borg/Mustad Brasil, que funciona em Petrópolis há
mais de 130 anos, com produção anual de 16 milhões de peças, são comuns dois
tipos de ferraduras usadas nestes casos, cuja diferença é o próprio metal, que
têm características extremamente específicas e que vão refletir na sua
funcionalidade.
“O ferro por si só é mais
pesado, absorve menos impacto, ou seja, vibra mais e tem um coeficiente de
atrito menor, escorregando com muito mais facilidade. Já o alumínio é muito
mais leve, vibra menos, absorve mais impacto e tem alto coeficiente de atrito”,
detalha.
De acordo com o especialista,
as diferenças impactam diretamente o rendimento dos animais nas pistas.
“O alumínio é uma ferradura
muito utilizada para cavalos de esporte de alta velocidade. Quanto menos peso
esse indivíduo tiver carregando, melhor será o seu resultado no tempo. Outra
característica é a maior aderência, a menor vibração, ou seja, ele amortece
mais impacto naturalmente”, explica.
No caso do Mangalarga
Marchador, o tipo utilizado também precisa considerar a frequência e a
repetição dos movimentos. “Existe uma sensação de que o peso é o que vai fazer
o grande diferencial, sendo que as provas de marchas têm uma grande duração e é
um movimento com muita repetição e de alta frequência. Então o alumínio passa a
ter uma característica muito mais importante para esses animais do que o peso
da própria ferradura, que é a sua capacidade de absorção de impacto, menor
vibração e também a questão da aderência ao terreno”, pontua Luiz Gustavo.
Ainda segundo Tenório, não há
no mercado um modelo específico em alumínio para cavalos de marcha.
“Existe uma adaptação das
ferraduras produzidas com destino ao cavalo de corrida ou ao animal de enduro
equestre. O ferrador tem um papel fundamental, porque é ele quem vai preparar
esse casco, vai observar o comportamento desse casco entre um intervalo e outro
e principalmente vai observar e vai dialogar com o treinador, com o cavaleiro a
dinâmica e o desempenho do movimento desse animal. Em cima dessas observações
se define qual é a ferradura mais adequada para esse indivíduo”, completa.
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