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Foto: Reprodução UNIFASE |
Ser nutricionista, hoje, exige
mais do que conhecimento técnico sobre alimentos e dietas. É preciso ter uma
formação ampla, capaz de articular saberes diversos, compreender contextos
socioculturais e pensar de forma empreendedora e sustentável. Com esse
espírito, alunas do 4º período do curso de Nutrição da UNIFASE/FMP participaram
do Projeto Integrado da Nutrição (PIN). A Iniciativa desafiou as estudantes a
criarem um produto alimentar do zero, partindo desde a elaboração do plano de
negócios até a execução técnica. Ao longo do processo, elas trabalharam a fundo
conceitos de sustentabilidade, gestão e inovação.
“A cada ano, o PIN representa
um novo desafio. Escolhemos um tema e sabemos que os estudantes enfrentarão
obstáculos ao longo do caminho, o que faz parte do processo de aprendizagem. É
um projeto que exige responsabilidade e compromisso de todos os envolvidos.
Estamos sempre em busca de aprimoramento, e felizmente temos colhido bons
resultados. Neste ano, trouxemos novas ideias e vivemos uma experiência rica em
trocas e aprendizados”, destacou a professora Cristiane de Albuquerque Mello,
do curso de Nutrição da UNIFASE/FMP, ao ressaltar que a realização do projeto
só foi possível graças à atuação de uma equipe ampla e bem alinhada, que
acompanhou de perto cada etapa da orientação das estudantes ao longo dos
processos.
Para esta edição, o PIN trouxe
uma experiência singular: as alunas utilizaram produtos da Mata Atlântica como
base para os estudos e desenvolveram um trabalho de campo no Quilombo Boa
Esperança, localizado no município de Areal. Durante a visita, as estudantes
tiveram contato direto com os alimentos típicos da região e com práticas
alimentares tradicionais, aprendendo na vivência com a comunidade. A iniciativa
foi realizada em parceria com o setor de Extensão da UNIFASE/FMP.
“Acredito que o PIN é uma
oportunidade incrível para o nosso crescimento profissional. Criar um produto
do zero exige muita dedicação, porque envolve várias etapas. No nosso caso,
desenvolvemos um pão, e no primeiro teste ele não saiu como esperávamos. Foi
preciso estudar, pesquisar e aprimorar a receita até chegarmos ao resultado
ideal. Todo esse processo foi desafiador, mas extremamente enriquecedor” disse
Suelen Araújo, aluna do 4° período e integrante do grupo que produziu o “Pão
Nobis”, um pão artesanal feito com ora-pro-nóbis rico em ferro e
isento de ingredientes de origem animal.
Os outros produtos foram:
“Jabuticake”, um cupcake de jabuticaba, feito com ingredientes naturais e sem
aditivos químicos; “Cheesck´s”, um cheesecake de caqui rico em fibras e
antioxidantes, além de baixo teor de gorduras e o “VegGelato”, um sorvete de
tangerina com romã, 100% vegano.
“Aqui no quilombo, a gente já
convive com esses ingredientes no dia a dia, e foi muito especial ver as alunas
conhecendo de perto a nossa realidade. Eu gostei muito das receitas que elas
prepararam, tudo estava uma delícia! Essa troca de experiências foi
maravilhosa, tanto para nós quanto para elas”, frisou Célia Barbosa Fonseca,
integrante do Quilombo Boa Esperança.
A culminância do projeto foi
marcada pela devolutiva às famílias do quilombo. No campus Barão, foi promovido
um momento de partilha onde as alunas apresentaram os conhecimentos adquiridos
e realizaram uma degustação com os produtos desenvolvidos.
“É muito significativo quando
há essa troca de saberes. As alunas tiveram a oportunidade de conhecer de perto
a vivência do quilombo, de observar sua rotina, seus ingredientes e tradições.
A partir disso, criaram os produtos com base nessa realidade. Ter a validação
dos quilombolas é fundamental, porque são eles os verdadeiros detentores dessa
cultura. Por isso, é tão especial recebê-los aqui, permitindo que provem,
conheçam e reconheçam o que foi produzido a partir do aprendizado e da
inspiração que veio diretamente do território deles”, explicou Thaise Gasser,
coordenadora do curso de Nutrição da UNIFASE/FMP.
“Houve uma conexão muito bonita entre os saberes orgânicos, que vêm da vivência e da tradição, e os saberes sintéticos, que são construídos na academia. Hoje, durante a degustação, tivemos um verdadeiro banquete fruto dessa união entre o conhecimento tradicional e o aprendizado técnico das nossas estudantes”, finalizou a professora de Gleicielly Braga, professora de extensão da UNIFASE/FMP.
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