O animador e cineasta João Marcos Nascimento é um dos realizadores de um dos curta-metragens selecionados para a mostra competitiva do Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI), que em 2025 celebra sua 22ª edição como o mais importante e longevo evento brasileiro voltado ao audiovisual infantil. Dirigido, roteirizado e escrito por Arthur Felipe Fiel, o curta-metragem “Quinn” tem direção de animação assinada por João Marcos e concorre na categoria Prêmio Brasil Histórias Animadas, voltada exclusivamente a produções em animação, com exibição online e votação aberta ao público.


Com uma narrativa poética e sensível, o filme acompanha o primeiro dia de aula de Quinn, uma criança que está desbravando um novo mundo, enquanto sua mãe enfrenta os sentimentos provocados por essa nova fase na vida dos dois. A história começa com a mãe arrumando o menino — cabelo, mochila, lancheira — e registrando o momento com uma foto que ela mesma anota: “Primeiro dia de aula”. O gesto simbólico se transforma na porta de entrada para um universo multicolorido, no qual a infância se revela em suas descobertas, afetos e transformações.

 

A proposta estética de “Quinn” busca atingir crianças pequenas com uma linguagem audiovisual mais contemplativa. “Às vezes a gente até chama de filmes com baixo estímulo, que são filmes para crianças menores que estão realmente, assim como o personagem, descobrindo o novo mundo”, explica João Marcos. O curta também presta uma homenagem delicada à maternidade, em especial às mães solo, com forte carga emocional. “É um filme de filho para mãe. O Arthur perdeu a mãe durante a produção do nosso filme anterior, e esse trabalho acabou se tornando uma carta de amor para ela”, completa.

 




O filme, desenvolvido desde 2020, foi resgatado da gaveta em 2023, quando foi contemplado com recursos da Lei Paulo Gustavo. Finalizado no início de 2024, “Quinn” iniciou sua trajetória em festivais e já acumula convites para exibições internacionais, incluindo eventos na Europa e no Chile. Recentemente, participou do Festival de Ouro Preto (CineOP), com sessões voltadas a estudantes. Em breve, o curta também integrará a programação do Baixada Animada, com exibições em cidades da Baixada Fluminense e do Grande Rio.

 

Além do protagonismo de João Marcos na direção de animação, “Quinn” também carrega a assinatura artística de Clara Assis, parceira de vida e de projetos audiovisuais do cineasta da CidadeImperial. “A ideia do filme surgiu do Arthur, que é filho de mãe solo, e sempre quis contar essa história do ponto de vista das crianças e das mães que acompanham esse momento. A gente pensou muito nas nossas mães — na minha, na dele — e em como é se ver separado do filho pela primeira vez”, conta João.

 

A importância do FICI no cenário nacional é amplamente reconhecida por realizadores, educadores e profissionais da cultura. Criado pela atriz e cineasta Carla Camurati, o festival foi pioneiro ao propor, ainda em 2003, uma programação inteiramente dedicada às crianças, com curadoria criteriosa e um olhar comprometido com a formação cidadã do público infantil. “Há 22 anos, o FICI desperta sonhos, risos e descobertas nas primeiras filas da infância. É emocionante ver o cinema brasileiro dedicado às crianças crescer e amadurecer”, afirma Camurati.

 

Em 2025, o festival exibe mais de cem obras — entre curtas, longas, séries de TV e web — distribuídas em sessões presenciais no Rio de Janeiro e na Mostra Competitiva Online, disponível até 31 de julho no site www.fici.com.br. Para assistir a “Quinn”, basta fazer um breve cadastro na plataforma. Após a exibição, o público pode votar: o filme mais votado em cada categoria receberá o Prêmio do Júri Popular.

 


A curadoria do FICI também celebrou o recorde de inscrições nesta edição: foram 235 filmes enviados por realizadores de 36 cidades, em 16 estados e no Distrito Federal. Desses, 96 curtas foram selecionados para a mostra online, reflexo direto do impacto de políticas públicas como as leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. “A gente vê claramente o reflexo desses editais na seleção. É um momento de renovação e diversidade no audiovisual infantil”, analisa o curador Carlos Proença.

 

Outro destaque da programação foi o Fórum Pensar a Infância, que este ano debateu o tema “Inteligência Artificial e as Crianças”, reunindo educadores, realizadores e especialistas para refletir sobre os desafios e as potencialidades das novas tecnologias aplicadas ao universo infantojuvenil.

 

O cineasta faz questão de convidar o público petropolitano a participar. “A votação é popular, então cada voto conta. Quero convidar todas as pessoas de Petrópolis — escolas, famílias, crianças, amigos — a assistirem Quinn no site do festival e votarem. É uma forma de apoiar o cinema independente e afirmar que nossa cidade também é capaz de produzir arte sensível, potente e transformadora.”.

 



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