A liberação do tráfego de veículos de até 20 toneladas na Ponte do Arranha-Céu, em Itaipava, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), não foi suficiente para reduzir a preocupação da Unidos por Itaipava (Unita). A entidade reforça que, sem barreiras físicas adequadas e fiscalização constante, o risco à estrutura permanece e cobra da nova concessionária da BR-040 a antecipação da duplicação da ponte, prevista originalmente apenas para 2028.
A mudança anunciada pelo DNIT ocorreu logo após audiência promovida pelo Ministério Público Federal (MPF), dia 12, que reuniu representantes do próprio Departamento, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), das prefeituras de Petrópolis, Areal e Três Rios, além do Consórcio Nova Estrada Real, responsável pela nova concessão da rodovia. No encontro, foram apresentados 12 apontamentos de obras emergenciais a serem incluídas no Plano de 100 Dias, que deve ser iniciado assim que o contrato for assinado em 29 de setembro e a concessionária assumir efetivamente, em outubro.
Segundo o presidente da Unita, Alexandre Plantz, a decisão do DNIT não elimina a insegurança de quem depende diariamente da travessia. “A proibição de tráfego de veículos com mais de 10 toneladas, que era o parâmetro anterior, nunca foi plenamente obedecida. O limitador de altura instalado pela CPTrans foi danificado mais de seis vezes com a passagem irregular de caminhões. E a aplicação de multas, feita apenas depois da passagem, não resolve: o risco já estava consumado. Agora, com o limite em 20 toneladas, o problema continua o mesmo. Sem barreira física e fiscalização, não há segurança real”. afirma.
Plantz ressalta que a duplicação da ponte precisa ser tratada como obra emergencial. “A Unita cobra da nova concessão a antecipação imediata da nova ponte sobre o Arranha-Céu. A previsão é de que a construção só ocorra em 2028, mas entendemos que a prioridade deve ser o início das operações com esse equipamento garantido. Não podemos esperar mais quatro anos por uma estrutura segura e compatível com o volume de tráfego que a região exige”, completa.
Para o secretário da Unita, Fabrício Santos, a situação da ponte é um retrato do descaso histórico com a infraestrutura que dá acesso direto à Itaipava e influencia toda a economia local. “Itaipava concentra parte essencial da hotelaria, gastronomia e do comércio de Petrópolis. A ponte é um gargalo crítico e um risco permanente. Não é apenas uma questão de mobilidade, mas de segurança de moradores, turistas e trabalhadores que circulam diariamente. A obra precisa ser tratada como prioridade estratégica no Plano de 100 Dias da nova concessão”, defende.
A Unita reforça que vai acompanhar de perto a transição da gestão da BR-040 e se manterá ativa nos fóruns de discussão do tema. “A Unita, desde a sua criação em agosto e 2024 vem apontando a precariedade da Ponte do Arranha-Céu. Sendo um dos principais acessos ao distrito de Itaipava, a estrutura não recebe qualquer intervenção significativa há décadas. A estrutura é utilizada intensamente pelos motoristas como ligação entre a BR-040 e a Estrada União e Indústria, desde a finalização das obras da nova rodovia, em 1980. A ponte, que tem sentido apenas para quem chega em Itaipava, é estreita e, inclusive, mal tem calçadas para a passagem de pedestres.
Há pelo menos 30 anos não era colocado em pauta nenhum tipo de avaliação na estrutura deste importante acesso. Depois de denúncias de moradores e usuários sobre rachaduras e corrosão, corrimãos quebrados e calçadas danificadas, pequenas intervenções foram realizadas pela Secretaria de Obras em julho de 2024. “Seguiremos cobrando transparência, prazos e resultados, porque a população não pode ser penalizada por atrasos ou soluções paliativas”, aponta Alexandre Plantz.
Postar um comentário
Gostou da matéria? Deixe seu comentário ou sugestão.