O número de empresas
negativadas no Brasil já alcança a marca de 8 milhões, refletindo um
crescimento de 10,28% em julho de 2025 em relação ao mesmo período do ano
passado, segundo dados do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas (CNDL). O universo de empresas no país de 24,2 milhões de negócios em
atividade, de acordo com o Mapa de Empresas do governo federal, mostra que 33%
delas estão inadimplentes conforme a pesquisa. Em Petrópolis, onde existem
cerca de 20 mil empresas ativas (excluindo os MEIs deste universo), a mesma
proporção nacional indicaria que aproximadamente 6.600 delas podem ter
enfrentado inadimplência.
De acordo com o levantamento,
cada empresa inadimplente no país devia em média R$ 6.827,46, distribuídos
entre 1,75 credores em julho. Apesar de uma ligeira queda de –0,36% no número
de devedores entre junho e julho, a tendência ainda aponta para um ambiente de
dificuldades. O volume de dívidas em atraso cresceu 11,72% no comparativo
anual.
Para o presidente da CDL
Petrópolis, Cláudio Mohammad, os números evidenciam a pressão do crédito caro
sobre o desempenho das empresas. “Nossa cidade não está isolada desse
movimento. O encarecimento do crédito e a dificuldade em acessar financiamentos
atingem diretamente o comércio local, que já opera em margens estreitas. Uma
empresa negativada deixa de movimentar a cadeia de fornecedores, perde
competitividade e limita suas chances de crescimento.”
A pesquisa da CNDL e do SPC
Brasil mostra que 50% dos empresários do comércio e serviços em todo o país
relatam dificuldade ou muita dificuldade em obter crédito junto às instituições
financeiras. Nesse contexto, manter a reputação do CNPJ saudável e monitorado é
fundamental para evitar restrições que inviabilizem operações.
“A negativação do CNPJ não
compromete apenas a relação com os bancos, mas também negociações com
fornecedores e parceiros. É essencial que os empresários acompanhem de perto
sua pontuação e adotem boas práticas de gestão financeira para preservar a
saúde dos negócios”, reforça Mohammad.
O dirigente lojista alerta
ainda para a necessidade de medidas que aliviem a pressão sobre as empresas:
“linhas de crédito mais acessíveis, estímulo à renegociação de dívidas e
políticas econômicas que favoreçam a atividade produtiva são urgentes para
reverter o quadro de inadimplência”, aponta Cláudio Mohammad.
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