Câmara destaca importância do supercomputador de IA para Petrópolis e papel do equipamento para mitigar desastres naturais

 

A reunião especial realizada nesta terça-feira (6/10) pela Câmara Municipal em defesa da vinda do supercomputador de Inteligência Artificial para Petrópolis resultou em um manifesto oficial, assinado por vereadores, instituições de ensino, pesquisa e tecnologia, além de entidades públicas e privadas e do público presente. O objetivo foi documentar a posição em defesa da instalação do equipamento e sensibilizar o Governo Federal. Entre os pontos destacados está o fato de que o supercomputador terá entre suas principais funções o estudo sobre a questão geológica da cidade e a mitigação a esses riscos.

 

O vereador Thiago Damaceno, que organizou a reunião, destacou que a tecnologia se tornou uma vocação da cidade. “Petrópolis dispõe de amplo parque de empresas do setor tecnológico, associadas ao Serratec; conta com o Laboratório Nacional de Computação Científica, o LNCC, referência nacional em pesquisa. Tem uma sólida gama de instituições de ensino que também se destacam. Nosso município vem se consolidando como um pólo tecnológico há mais de 40 anos e não podemos perder a chance de ampliar ainda mais nossa vocação”, afirmou o vereador.

 

Representantes de entidades como o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), o Parque Tecnológico da Região Serrana (Serratec), a Associação Comercial e Empresarial de Petrópolis (Acep), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Poder Judiciário e o Comitê Intersetorial de Desenvolvimento, a Prefeitura e instituições de ensino e pesquisa da cidade estiveram presentes.

 

Durante o encontro, eles apresentaram argumentos que apontam de forma clara como Petrópolis é o lugar mais indicado para recebe a máquina. O diretor do Comitê Municipal Intersetorial de Desenvolvimento, Marcelo Soares, destacou que o município preenche os principais pré-requisitos estabelecidos no Programa Brasileiro de Inteligência Artificial (Pbia): energia, linha de dados e pegada de carbono, com alternativas para reduzir a emissão dos gases.

 

A reitora do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), Maria Isabel de Sá Earp Resende Chaves, destacou a expertise da cidade em relação a essa pauta e a importância do investimento para a educação. “Nós já sabemos muito bem tratar deste tipo de projeto, acrescentando mais uma iniciativa de investimento público nacional e garantindo o crescimento em tecnologia e conhecimento científico. Com o supercomputador vamos compreender e desenvolver aqui as circunstâncias que delineiam a produção deste conhecimento”, disse.

 

Manter e ampliar aqui o investimento que já existe é o mais lógico, segundo o presidente do Serratec, Alexandre Macedo. “O LNCC está na cidade desde 1998 e já opera um supercomputador. Nada mais justo que a próxima máquina venha para uma cidade que já possui um equipamento, com servidores alocados e estrutura funcionando”, disse. O diretor do LNCC, Fábio Borges, por sua vez, agradeceu o apoio da Câmara e da sociedade civil organizada. “Passamos por momentos difíceis há alguns anos, mas estamos evoluindo. Fico muito feliz de ver a comunidade defendendo o LNCC e agradeço à organização do evento e à sociedade civil por estar presente”, afirmou.

 

A vereadora Professora Lívia Miranda lembrou que o investimento do Governo Federal no supercomputador é uma questão estratégica para o país. “Estamos em um esforço para fazer de Petrópolis a capital nacional da inteligência artificial e não mediremos esforços para que esta decisão aconteça na maior brevidade”, destacou.

 

 Carta será enviada ao Presidente da República para sensibilizar Governo Federal

 

A carta aberta, aprovada durante a reunião, será enviada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e aos ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; e Gestão e Inovação, Esther Dweck. O documento traça um panorama histórico de como o investimento em tecnologia no Rio de Janeiro é uma questão de justiça federativa, já que o Estado vem sofrendo muitas perdas desde a transferência da capital para Brasília, nos anos 1950, sem a devida reparação. E, no Estado do Rio, o local mais adequado é Petrópolis.

 

O documento também destaca que uma das principais funções do supercomputador é o estudo de desastres naturais. “Petrópolis é hoje uma das cidades no Brasil com maior risco geológico e vulnerabilidade frente às mudanças climáticas. É importante observar que entre as principais funções do novo Supercomputador de Inteligência Artificial, estão itens como a pesquisa em áreas como o monitoramento de desastres naturais e modelagem climática. Petrópolis tem uma condição geológica única, com grande suscetibilidade para riscos de deslizamentos e eventos climáticos, conforme observamos em 2022”, diz trecho do documento.