O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, com mais de 70 mil novos casos registrados anualmente no país. No Outubro Rosa, especialistas reforçam a importância da conscientização, da prevenção e do diagnóstico precoce, fatores fundamentais para reduzir a mortalidade e aumentar as chances de cura da doença.


De acordo com a mastologista do Hospital Santa Teresa, Dra. Roberta Buçard, a campanha é essencial para ampliar o acesso à informação e incentivar o cuidado contínuo com a saúde feminina. “O Outubro Rosa é importante para aumentar a conscientização sobre o câncer de mama e reduzir a mortalidade pela doença. Isso é feito através da divulgação dos sinais e sintomas, da importância dos exames e da busca por atendimento médico especializado, contribuindo para diagnósticos precoces, maiores chances de cura e tratamentos menos agressivos”, explica.


Uma das principais novidades neste ano é a mudança na recomendação do Ministério da Saúde, que passou a indicar a realização da mamografia a partir dos 40 anos, mesmo sem sinais ou sintomas. Antes, a orientação oficial era de iniciar o rastreamento apenas aos 50 anos. Para a Dra. Buçard, a atualização é um avanço importante, já que essa faixa etária, entre 40 e 49 anos, representa cerca de 23% dos casos de câncer de mama. “Com essa mudança, ampliamos as chances de detecção precoce em uma faixa etária significativa. Essa decisão fortalece a política de rastreamento e aumenta o número de diagnósticos em fases iniciais, quando o tratamento é mais eficaz”, afirma.


A médica destaca que o diagnóstico precoce é determinante para o sucesso do tratamento. “A detecção precoce proporciona cirurgias e terapias mais conservadoras, menos radicais e com maiores chances de cura”, ressalta. Entre os principais sinais de alerta estão o aparecimento de nódulos endurecidos, alterações no bico do peito, saída espontânea de secreção por um dos mamilos, nódulos nas axilas e pele avermelhada ou com aspecto de casca de laranja. Segundo a mastologista, a mamografia é o principal exame de rastreamento e permite identificar alterações na mama mesmo antes do surgimento de sintomas, o que aumenta consideravelmente as chances de sucesso no tratamento.


Embora o rastreamento regular seja recomendado a partir dos 40 anos para mulheres de risco habitual, a médica reforça que aquelas com histórico familiar da doença, mutações genéticas conhecidas ou exposição à radiação torácica na infância devem iniciar o acompanhamento mais cedo, geralmente a partir dos 30 anos, conforme avaliação médica.


O tratamento do câncer de mama varia de acordo com o estágio da doença e é definido de forma individualizada, podendo envolver cirurgias, quimioterapia, radioterapia ou terapias-alvo. “As decisões são sempre tomadas em conjunto, considerando as possibilidades terapêuticas e o desejo da paciente. Quando o diagnóstico é feito precocemente, as taxas de sobrevida em cinco anos superam 99%, o que mostra a importância da detecção antecipada”, explica a Dra. Buçard.


Para a médica do Hospital Santa Teresa, o estilo de vida tem papel fundamental na prevenção. “O câncer de mama é uma doença multifatorial, mas manter o peso corporal adequado, praticar atividade física regularmente e adotar uma alimentação rica em fibras e pobre em ultraprocessados são atitudes que ajudam a reduzir o risco”, orienta.


Apesar dos avanços, o medo ainda faz com que muitas mulheres adiem a realização dos exames. “Esse sentimento é comum, mas é preciso lembrar como a detecção precoce salva vidas. Se houver algo errado, descobrir cedo faz toda a diferença”, reforça.

 

 

 

 

 

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