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O 2.º  Flipetrópolis promove a mostra “Portinari para Crianças”, que apresenta 42 reproduções de obras do pintor Candido Portinari. As pinturas, que retratam crianças se divertindo com brinquedos e jogos, revelam as várias facetas que a infância pode ter, com seus atravessamentos sociais e culturais. A exposição tem entrada gratuita e fica em cartaz durante a realização do Festival, de 27 a 30 de novembro de 2025, de quinta-feira a domingo, no Palácio de Cristal, em Petrópolis. A curadoria da Mostra foi feita por João Candido Portinari, fundador e diretor-geral do Projeto Portinari, com a colaboração de Guilherme de Almeida, coordenador do Núcleo de Arte e Educação.


Ao todo, 42 totens com reproduções impressas de obras do artista compõem a exposição “Portinari para Crianças”, que apresenta recursos de acessibilidade, como Libras e audiodescrição, na forma de QR Codes. Os trabalhos selecionados mostram crianças se divertindo em atividades lúdicas e brincadeiras, e refletem também questões sociais e culturais brasileiras. Além disso, nesse conjunto de obras, Candido Portinari também retrata a densidade psicológica das crianças, que são observadoras atentas e curiosas do mundo que as rodeia. Integram a mostra algumas de suas obras mais conhecidas, como “Os retirantes”, pintada em 1936, “Menina sentada”, de 1943, e “Meninos brincando”, finalizada em 1955. Há também pinturas de membros da família de Portinari enquanto eram crianças, como é o caso das obras “Retrato de João Candido”, de 1939, que representa seu filho quando era um bebê, e “Denise com o gato”, de 1960, um retrato da única neta que Portinari conheceu.


O curador João Candido Portinari, que é filho único do artista, destaca as mensagens de paz e respeito que seu pai difundiu por meio de sua obra e vida. “Portinari deixou um legado ético e humanista que muito tem a dizer para um mundo hoje tão conflagrado pela violência, pela injustiça social, pelo desrespeito ao sagrado da vida. Em entrevista, ele declarou: ‘É preciso haver uma mudança. O Homem merece uma existência mais digna. Minha arma é a Pintura…” Sua obra não nos traz apenas linhas, formas, volumes e cores. Ela é um grito por valores. Valores de não violência, de fraternidade, de justiça social, de respeito ao sagrado da vida”, diz.



A infância do pintor

Em seus últimos tempos de vida, Portinari escreveu o diário “Retalhos de minha vida de infância”, no qual é possível mergulhar no relato de uma infância pobre, em um humilde povoado com três ruas, perdido nos imensos cafezais do interior paulista. Pobre, mas feliz, com a companhia de muitos colegas, brincadeiras e confidências trocadas. O céu estrelado, os pastos, o córrego, os cavalos, o gado, os passarinhos, muita liberdade de ir e vir. João Candido Portinari conta sobre a infância do pai: “A família, reunida depois do jantar, onde todos – desde o recém-nascido à bisavó — se reuniam em conversas intermináveis, muitas vezes em meio ao jogo do bingo, com feijões marcando os cartões, comandado por Dona Dominga, a grande matriarca que punha ordem naquela bagunça bendita. Uma infância que ele guardou em seu coração, e retratou – em sua alegria e também em sua dor –, até o seu último suspiro”, recorda. Em seu diário, o próprio pintor questiona e, em seguida, responde: “Por que pinto tanto menino e menina em gangorra e balanço? Para botá-los no ar, feito anjos”.



O Projeto Portinari

Fundado em 1979 por João Candido Portinari, o Projeto Portinari se dedica à preservação, valorização e democratização da obra do pintor e do seu legado ético e humanista. Inicialmente direcionado ao resgate minucioso e abrangente da história de vida e da produção artística de Candido Portinari, o projeto também busca contribuir com a identidade cultural brasileira e preservar a memória nacional.


O Projeto Portinari fez o levantamento de 5.300 pinturas, desenhos e gravuras atribuídos ao pintor, além de aproximadamente 25 mil documentos sobre sua obra, trajetória e época em que viveu. A instituição também realizou, entre outros trabalhos, pesquisas sobre a autenticidade das obras; processamento digital das imagens; organização do arquivo de correspondências, fotografias, filmes, recortes de mais de 10 mil periódicos, livros, monografias e memorabilia; registro de mais de 70 depoimentos de artistas, intelectuais, políticos, amigos e parentes de Portinari, totalizando mais de 130 horas gravadas; e a publicação do Catálogo Raisonné “Candido Portinari – Obra Completa”.




Sobre o 2º Flipetrópolis

A 2ª edição do Flipetrópolis acontece de 27 a 30 de novembro, quinta-feira a domingo, no Palácio de Cristal, e tem como tema “Literatura, Encruzilhada e Arte”. O evento apresenta mesas de bate-papo com escritores, lançamentos de livros, prêmio de redação e desenho, oficinas, e atividades educativas para as crianças. O Autor Homenageado é o Antônio Torres, romancista consagrado e membro da Academia Petropolitana de Letras e da Academia Brasileira de Letras. Outro destaque desta edição é a entrega oficial do Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano à vencedora de 2025, a escritora Sueli Carneiro.


Realizado graças à Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, o 2.º Flipetrópolis tem o Patrocínio Máster da GE Aerospace e o apoio da Zeiss, da Caixa, da Academia Petropolitana de Letras, do Ipeafro e da Prefeitura de Petrópolis. Parceria de Mídia: Amado Mundo. Todas as atividades são gratuitas, acessíveis, com Libras, audiodescrição e transmissão on-line via Youtube @flipetropolis.



Serviço

2.º Festival Literário Internacional de Petrópolis
De 27 a 30 de novembro de 2025, quinta-feira a domingo
Local: programação presencial no Palácio de Cristal e programação digital no YouTube, Instagram e Facebook – @‌flipetropolis
Entrada gratuita


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