Com a chegada do período de chuvas, aumenta o alerta para o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Especialistas ressaltam que este é o momento de reforçar as ações de prevenção e conscientização. Cuidados simples, como eliminar água acumulada em vasos de plantas, garrafas, calhas e recipientes jogados em quintais, são suficientes para impedir a formação de criadouros e evitar novos casos da doença.


A médica infectologista e docente do IDOMED, Silvia Fonseca, reforça que a atenção deve ser redobrada, especialmente com o aumento das temperaturas e das chuvas típicas do verão. “Existem quatro tipos do vírus da dengue, e todos podem causar doenças que variam de leves até muito graves, que necessitam de internação hospitalar. O tipo 2 costuma causar mais casos graves, mas qualquer um dos tipos pode levar a sérias complicações. Os sintomas são os mesmos para qualquer um deles, dor de cabeça, febre, dor nas articulações, vômitos e diarreia”, explica.


Silvia lembra que uma pessoa pode contrair a doença mais de uma vez ao longo da vida. “Quando a infecção acontece por um tipo diferente do anterior, há maior risco de evolução para formas graves. Por isso, é essencial redobrar os cuidados e ficar atento aos sinais de alerta, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos e tontura, que indicam necessidade de atendimento médico imediato”, acrescenta.


A infectologista também destaca a importância da vacinação, que está disponível na rede pública. A vacina contra a dengue é indicada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, enquanto o imunizante contra o HPV será aplicado em jovens de 15 a 19 anos. A Secretaria da Saúde alerta que, com a previsão de aumento na


circulação do mosquito transmissor da dengue, a vacinação torna-se fundamental para prevenir casos graves da doença e evitar internações.


A professora de Biomedicina da Estácio, Camila Alvim, reforça que a prevenção deve começar dentro de casa. “O Aedes aegypti se reproduz em água limpa e parada. Um simples pratinho de planta ou garrafa deixada ao ar livre pode se tornar um criadouro. A conscientização é o primeiro passo, limpar o quintal, tampar caixas d’água e eliminar recipientes que possam acumular água são atitudes que salvam vidas”, enfatiza.


Camila acrescenta que o papel da educação é essencial no combate à dengue. “Nas escolas, trabalhamos constantemente o tema com os alunos, porque as crianças e jovens são grandes multiplicadores de informação em casa. A prevenção começa pelo conhecimento”, afirma.


De acordo com as especialistas, o combate à dengue depende da participação ativa da população durante todo o ano, mas ganha ainda mais importância neste período de transição para o verão. “A prevenção é uma responsabilidade compartilhada, pequenas ações diárias têm grande impacto na saúde coletiva”, conclui Silvia Fonseca.

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