A formação em controle social e participação popular na Atenção Primária em Saúde, destinada a Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e Agentes de Combate às Endemias (ACEs) foi concluída neste mês de dezembro. Com carga horária de 60 horas, a formação contou com aulas teóricas, atividades práticas nos territórios e momentos de reflexão coletiva sobre os desafios e potencialidades do trabalho em saúde. O curso é resultado de um Acordo de Cooperação entre o Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde/ Fiocruz Petrópolis e a Secretaria Municipal de Saúde. 

 

O percurso formativo teve início em setembro com a abordagem da Determinação Social da Saúde. Durante o curso, os participantes trabalharam em grupos organizados por território — Retiro, Glória, Independência, Vale das Videiras, Oswaldo Cruz e Vila São José trazendo relatos que evidenciaram tanto vulnerabilidades quanto potências locais. Também houve um aprofundamento do debate sobre participação popular e construção de narrativas sobre os territórios, considerando as vivências e perspectivas de ACSs e ACEs.  

 

Os cursistas tiveram ainda contato com Teatro do Oprimido e Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) avançando no planejamento das ações territoriais. O grupo se debruçou também sobre o debate de políticas sociais com a participação de convidados da assistência social do município, reforçando a importância da intersetorialidade e do entendimento integrado das políticas públicas no cotidiano da Atenção Primária.  

 

Como trabalho final da formação foram elaborados cinco planos de ações territoriais a partir da aplicação do DRP. As propostas foram apresentadas no último dia de aula, na sexta-feira, dia 5 de dezembro, e contemplaram ações construídas a partir da escuta, da vivência em campo e da análise das condições sociais de cada território, priorizando o fortalecimento comunitário, a promoção da saúde e a ampliação da participação popular nas decisões relacionadas à Atenção Primária. 

 

Felix Rosenberg, diretor do Fórum Itaboraí/Fiocruz Petrópolis parabenizou os agentes pelos trabalhos apresentados, ressaltando que eles demonstram, de fato, o que é a Determinação Social da Saúde. Destacou também a importância da atuação dos agentes. “Vocês são o elo do poder público com a comunidade. Então, essa participação de vocês é fundamental. E é muito importante que esses trabalhos que vocês propõem para os territórios tenham nosso apoio. E saibam que iremos acompanhar e, dentro das nossas áreas de competências específicas, tentaremos contribuir para que as propostas sejam colocadas em prática”, ressaltou. 

 

Para a apoiadora institucional do Núcleo de Gestão da Educação em Saúde (Nuges) no município, Norma Pontes, o curso foi uma semente plantada dentro de cada agente comunitário e de combate às endemias. "E que a partir dele vocês possam construir esses espaços de escuta, que a gente possa, juntos, ouvir cada vez mais a comunidade e, junto com ela, construir, de fato, essa atenção primária que a gente acredita, que é tão importante para avançar na melhoria da qualidade de vida e saúde das nossas comunidades”, disse, acrescentando que é no território onde as políticas públicas se encontram, onde elas acontecem e têm influência na vida das pessoas. 

 

O secretário de Saúde, Aloisio Barbosa, afirmou que, ao ampliar o conhecimento teórico e prático dos agentes, são oferecidos instrumentos para que desenvolvam novas estratégias de apoio e articulação comunitária. “Também são fortalecidos vínculos, aprimorando práticas e serviços mais sensíveis às necessidades reais de cada território”, concluiu. 

 

 

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