A mobilização do Movimento
Petrópolis 2030, que reúne 30 entidades empresariais e da sociedade civil,
transformou 2025 em um ano de viradas para projetos estruturantes da cidade. A
pressão constante por soluções concretas — pautas levadas a audiências,
reuniões técnicas e articulações políticas — obrigou o poder público a
destravar iniciativas que estavam paradas há anos, como a instalação do radar
meteorológico banda X, a definição da nova concessão da BR-040, a criação do
polo de inovação tecnológica na BR-040 e a retomada do espetáculo Som & Luz
no Museu Imperial. E o próprio movimento cresceu sua base: somava 21 entidades
em sua formação e agora são 32 instituições que representam a geração de mais
de 100 mil postos de trabalho na cidade e se impõe como força decisiva na
agenda da cidade.
A instalação do radar banda X,
uma das principais bandeiras do movimento, entrou finalmente em fase de
implantação. O governo do Estado destinou R$ 34 milhões para a compra e
instalação de dois radares alemães — um em Petrópolis e outro em Friburgo —
capazes de prever tempestades com até quatro horas de antecedência. Em
Petrópolis, sua estrutura, no Morin, está concluída e equipes da Defesa Civil
sendo treinadas para sua operação. “O radar só avançou porque houve pressão,
articulação e cobrança direta. Essa conquista é da sociedade, e o Movimento
2030 tem sido essa voz organizada que não aceita mais a inércia”, afirma Cláudio
Mohammad, presidente da CDL e integrante do grupo.
Outro avanço impulsionado pelo movimento diz respeito à nova concessão da BR-040. Após meses de mobilização empresarial e de entidades civis, o TCU determinou prazo de 60 dias para que o governo federal apresente o edital de licitação do trecho Rio–Juiz de Fora. A decisão pressiona o Ministério dos Transportes a incluir, obrigatoriamente, obras cruciais para Petrópolis, como a nova pista de subida da serra, histórica reivindicação do setor produtivo.
“Esse ultimato do TCU é resultado direto do “barulho” feito. A BR-040 é um eixo
econômico fundamental, e uma cidade inteira não pode permanecer refém de
indefinições administrativas”, diz Mohammad.
No campo do desenvolvimento
econômico, 2025 também consolidou um marco: o anúncio oficial de que o polo de
inovação tecnológica será instalado no prédio do antigo Café Solúvel, às
margens da BR-040. O projeto, coordenado pelo governo do Estado, prevê um
ecossistema diversificado, com centro de pesquisas, startups, espaços para
eventos e áreas de convivência. A iniciativa mobiliza instituições como Firjan,
CDL, Faetec, Faeterj, Acep e Prefeitura, que integram um grupo de trabalho
permanente. “Esse polo reposiciona Petrópolis no mapa da inovação. É uma pauta
que defendemos há anos e que, agora, ganha corpo para atrair investimentos,
gerar empregos qualificados e fortalecer nossa vocação tecnológica”, afirma
Mohammad.
Entre os avanços celebrados
pelo movimento também está a retomada do espetáculo Som & Luz, no Museu Imperial,
uma ação batalhada pela direção da instituição de forma contundente e que
integra o rol de 20 pautas prioritárias elencadas pelo movimento empresarial. A
volta da atração — paralisada desde 2019 — integra as pautas defendidas pelo
Petrópolis 2030 e deve impulsionar comércio, bares, restaurantes e hotelaria. A
expectativa do setor é de aumento de 15% na ocupação nos períodos de
apresentação. “O turismo representa 6% do PIB municipal e é um dos maiores
motores da nossa economia. A reativação do Som & Luz devolve fluxo,
visibilidade e receita para toda a cadeia produtiva”, destaca o dirigente.
Apesar dos resultados, o
movimento reforça que a agenda continua intensa. A lista de 20 projetos
prioritários inclui melhorias viárias, atração de empresas, desburocratização,
incentivos fiscais e estratégias para recuperar o dinamismo econômico perdido
após anos de baixa competitividade, chuvas severas e ausência de investimentos.
Um dos pontos principais é
antecipação das obras da nova pista de subida da serra previstas para terem
início somente em 2031. O movimento cobra que a intervenção seja antecipada
considerando que a nova pista deveria ter sido concluída em 2013. “É um dos
gargalos para a economia da cidade e precisa ser resolvido o quanto antes. O
Petrópolis 2030 vai continuar mobilizado para que seja prioridade”, anuncia
Cláudio Mohammad.
Fazendo um balanço sobre 2025,
o movimento enxerga que as ações em curso agora são fruto da pressão exercida
desde a fundação do movimento há dois anos. “Avançamos muito, mas sabemos que o
acompanhamento é fundamental. Seguiremos cobrando celeridade, diálogo e
compromisso. Petrópolis precisa de decisões — e não de promessas”, aponta
Cláudio Mohammad.

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