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“Como musicista, a gente sempre espera que as pessoas reconheçam o que a gente faz, nossa profissão, nosso trabalho. É maravilhoso sermos reconhecidos na nossa própria cidade. É até difícil de explicar o sentimento que nos preenche neste momento. Quando soubemos do resultado, tivemos um surto de felicidade!”, conta Karine Motta, 17 anos, contrabaixista da Orquestra de Câmara do Palácio Itaboraí – OCPIT, quando perguntada, por telefone, sobre a conquista do Prêmio Maestro Guerra-Peixe deCultura, na categoria “música erudita”, em evento ontem à noite (22), por transmissão online. Criado em 2009 pela gestão pública municipal, o Prêmio é o mais importante reconhecimento do cenário cultural da cidade de Petrópolis e acontece todos os anos com o objetivo de consagrar os principais artistas e iniciativas culturais do município e, também, manter viva a homenagem a um dos maiores compositores e arranjadores brasileiros, o petropolitano César Guerra-Peixe (1914-1993).  

 

Formada por 26 jovens músicos de Petrópolis, estudantes da rede pública de ensino, a Orquestra de Câmara do Palácio Itaboraí é um projeto sociocultural criado em 2013 pelo Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, unidade da Fiocruz em Petrópolis, cujo propósito é desenvolver o aprendizado com perspectiva profissionalizante e humanista.  

 

Os jovens musicistas vivenciam um curso intensivo e gratuito no decorrer de quatro anos, com aulas teóricas e práticas de música, masterclasses e intercâmbios com universidades de música, além de apresentações regulares de concertos para diversos públicos, inclusive em escolas da rede pública de Petrópolis, totalizando uma carga horária de 300 horas por ano. Dentre as apresentações já realizadas pela OCPIT estão concertos na programação do Natal Imperial; no Sesc Quitandinha Petrópolis; na concha acústica do Museu Imperial; em eventos de aniversário da Fiocruz, na sua sede no Rio de Janeiro; e, mais recentemente, no final de 2019, no programa Música no Museu, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB, também na capital carioca.   

 

Desde a sua criação em 2013, já passaram pela OCPIT 110 jovens, incluindo os que atualmente compõem a formação da Orquestra. Destes, seis ingressaram no ensino superior de música, em universidades como UniRio, as federais de Juiz de Fora e do Rio de Janeiro (UFJF e UFRJ) e a Católica de Petrópolis (UCP). Há também aqueles que já estão integrando também outros corpos orquestrais, como a Academia Juvenil da Orquestra Petrobras Sinfônica.  

 

 “Ao longo destes quase oito anos, a Orquestra vem se consolidando e amadurecendo. Nessa trajetória, reafirmamos nossa missão de proporcionar caminhos e perspectivas mais saudáveis também para os nossos jovens, reduzindo as desigualdades e ampliando o acesso aos direitos. Por isso, através da Orquestra, trabalhamos para apoiar o desenvolvimento desses jovens para que possam não só se envolver com a música, mas terem-na também como profissão, caso desejem”, explica Felix Rosenberg, Diretor do Fórum Itaboraí. “A jornada que levou a Orquestra a tal reconhecimento já é por si um processo de muitas conquistas, com destaque para os jovens, claro, mas que envolve também suas famílias, maestro e professores, a coordenação do projeto, toda equipe do Fórum Itaboraí e apoiadores da OCPIT. Esse reconhecimento nos alegra, entusiasma e fortalece o compromisso de todos nós com a promoção da saúde por meio da música e nos faz celebrar, ainda mais, a comunidade de aprendizagem que é a Orquestra”, complementa Rosenberg.  

 

Nos anos de 2015 e 2016, a OCPIT recebeu patrocínio da GE-Celma e, desde fevereiro de 2017, a Orquestra recebe o patrocínio da Schott Brasil, ambos por meio da Lei de Incentivo à Cultura, complementando os recursos aportados pelo orçamento regular da Fiocruz e fortalecendo o desenvolvimento do projeto.  

 

Para o maestro e coordenador da OCPIT, Celso Franzen Jr., este prêmio coroa o trabalho iniciado em 2013 e traz um novo fôlego para alunos e professores em um momento tão desafiante causado pela pandemia da Covid-19. “A falta de motivação causada pela impossibilidade de estarmos juntos, como sempre estivemos, pesa sobre nossa Orquestra. Posso dizer que heroicamente cada um de nós tem conseguido resistir e temos mantido aulas e ensaios online, com todos os desafios e limitações deste formato. A chegada deste prêmio mostra que temos uma história a honrar e nos dá energia para continuar promovendo o desenvolvimento musical de nossos jovens, nas perspectivas cultural, pedagógica e social”, celebra o maestro.  

 

Esta é a quarta vez que um projeto do Fórum Itaboraí é indicado ao Prêmio Maestro Guerra-Peixe de Cultura, porém, a primeira vez que um deles é efetivamente premiado. Das indicações anteriores, uma foi para a própria OCPIT, em 2014. “Esse é um prêmio que a gente queria muito conquistar, um reconhecimento que a gente esperava há muito tempo e, finalmente, chegou”, comemora Karine, lembrando que ontem, no grupo de whatsapp da OCPIT, em meio à euforia, os jovens também relembraram diversos episódios por que passaram até chegarem onde estão, incluindo os aprendizados com insucessos e concursos que perderam.  

 

Concorrendo ao Prêmio nesta edição de 2020, a Orquestra de Câmara esteve entre 40 indicados, em 11 categorias, que se destacaram em suas ações em 2019. “Acho que somos merecedores desse Prêmio porque, além da nossa dedicação e melhoria ao longo do tempo, temos uma conexão coletiva especial e isso é um diferencial. Às vezes as pessoas nos perguntam por que nos dedicamos tanto se não vamos receber por isso. Mas nossa maior recompensa é o que fazemos em grupo, é saber ser um corpo coletivo. Tem também o retorno pessoal que a música nos dá, que nos salva de nós mesmos, das pressões, da correria da vida, das opressões que vivemos na família, na sociedade, nos espaços que frequentamos. É um lugar que tranquiliza, que liberta, que nos deixa em paz”, pondera a contrabaixista, que, em seguida, conclui: “Queremos sempre melhorar nosso trabalho, mostrar o que fazemos e continuar nossa jornada. Quando somos indicados e depois ganhamos, aí entendemos que o que fazemos tem valor também pra outras pessoas, além de nós!”.  

 

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