Foto: Aghata Paredes


Com mais de cem visitantes no último fim de semana, a exposição “Ateliê Arte Lavrinha” se despediu da Estação Jaqueira após seis meses de temporada no Vale do Cuiabá. Indicada ao Prêmio Maestro Guerra-Peixe de Artes Visuais, a mostra agora se prepara para uma nova etapa: entre os dias 27 de junho e 13 de julho, estará na sede da Secretaria da Pessoa com Deficiência, na Avenida Koeler, 260 – Centro, com entrada gratuita durante a Bauernfest 2025, a convite do secretário Leandro Kronenberger.


A mudança de endereço marca a continuidade de um projeto que valoriza a produção de artistas com deficiência. Com curadoria de Nietta Monte, Carlos Feijó e Deni Cláudio de Carvalho, a mostra reúne obras de cinco artistas – Francisco Laurentino da Cunha (Catita), Ivanir de Carvalho Silva, Maria Aparecida da Silva (Cida), Rosineia da Silva e Luciano Amaral Capistrano – integrantes do ateliê sediado na Serra da Mantiqueira (MG), vinculados às APAEs de Bocaina de Minas e Liberdade. As obras, produzidas com colagem, papietagem e reaproveitamento de materiais, exploram temas como natureza, tempo, espiritualidade e as relações entre o humano e o natural. Essa diversidade de temas se reflete também nos suportes escolhidos. Dividida em dois núcleos, a exposição transita por diferentes linguagens – pintura, escultura em cabaças, desenhos e objetos feitos com vidro reciclado – compondo um panorama vibrante e sensível da arte feita por PcDs em diálogo com o meio ambiente.


A relevância do projeto ficou evidente na participação ativa do público durante a finissage, realizada no último sábado (24). A programação contou com coquetel, oficina artística conduzida por Deni Cláudio de Carvalho e momentos de trocas entre os presentes.


O evento reuniu artistas, curadores e convidados especiais, entre eles integrantes da APAE de Petrópolis e das APAEs de Minas Gerais, além de participantes do projeto Andorinhas –  iniciativa idealizada por Margareth Castellain, voltada à inclusão artística de pessoas com síndrome de Down em Petrópolis. Também marcaram presença Leandro Kronenberger, à frente da Secretaria da Pessoa com Deficiência, e a vereadora Gilda Beatriz, mãe atípica e defensora da causa PcD. 




“O trabalho que realizamos mostra que, independentemente da deficiência, a arte é um meio de comunicação e desenvolvimento. Todos têm essa capacidade, mas é preciso criar oportunidades e acreditar no potencial de cada um. Nesta exposição, que utiliza colagem, papier-mâché e reciclagem, fica claro que é possível promover grandes artes, independentemente de qualquer deficiência,” destacou o artista-educador Deni Cláudio de Carvalho.


Na Galeria 1, o público compareceu em número tão expressivo que o espaço chegou a ficar pequeno. Na ocasião, a curadora da mostra e idealizadora da Estação Jaqueira, em Petrópolis, e do Ateliê Arte Lavrinha, em Minas Gerais, Nietta Monte, falou sobre o projeto que atravessa décadas e une arte, educação ambiental e inclusão social.


“Este trabalho tem origem em um projeto que realizamos há 40 anos em Minas, numa reserva ambiental que tem a educação ambiental e a arte como pilares. Há 16 anos, recebemos semanalmente participantes das APAEs vizinhas para atividades que nunca foram interrompidas. Aqui, no Vale do Cuiabá, após a tragédia de 2011, iniciamos um trabalho de reciclagem que transformou o bairro em um ecoponto – e esse espaço também se tornou um lugar de arte, com muitos frutos bonitos. Esta foi a maior exposição já dedicada aos nossos artistas de Lavrinha”, finalizou.


A mostra agora segue para a sede da Secretaria da Pessoa com Deficiência (Av. Koeler, 260 – Centro), entre os dias 27 de junho e 13 de julho, com visitação gratuita durante a programação da Bauernfest 2025. 

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