O Centro Cultural Sesc Quitandinha recebe neste sábado (7/6) lideranças indígenas para mais uma “fogueira” do projeto "Insurgências Indígenas: Arte, Memória e Resistência". Trata-se de uma exposição que está sendo montada em etapas, cada uma delas marcada pela instalação de novas obras e uma roda de conversa – nomeadas de “fogueiras” pela curadoria - sobre temas inerentes à questão indígena. A atividade, que acontece às 14h no Salão de Convenções, tem entrada franca. Também haverá transmissão ao vivo em link disponível em www.sescrio.org.br.

 

A roda de conversa desta vez reunirá Catarina Nimbopÿrua, liderança do povo Tupi-Guarani, uma das fundadoras da União das Nações Indígenas (UNI) ao lado de Ailton Krenak; Potyra Guajajara, liderança da Aldeia Maracanã, coordenadora do Ciclo Sagrado de mulheres indígenas; Urutau Guajajara, fundador da Aldeia Maracanã, mestre em Linguística pela UERJ; Thini-á Fulni-ô, xamã e educador social do povo Fulni-ô, vice-presidente do Conselho de Saúde Fulni-ô; e Valdelice Verón, liderança Guarani-Kaiowá, doutoranda em Antropologia Social pela UnB.

 

Nova obra de Keyla Palikur

O debate marca a inauguração da obra “Maywaka: mundos entrelaçados, memórias em movimento”, assinada por Keyla Palikur, artista do povo Palikur-Arukwayene, nascida na terra indígena Uaçá, na região do Baixo Oiapoque (AP). A instalação artística faz uma releitura em arte digital das imagens dos Palikur-Arukwayene produzidas em 1925 pelo etnólogo alemão Curt Nimuendajú. Ela propõe, em sua obra, um gesto de reconexão com a memória e a presença de seu povo, inspirada no conceito de Maywaka — mundo onde convivem humanos, animais e seres invisíveis. Com o trabalho, Keyla realiza uma ocupação simbólica e artística que afirma sua ancestralidade e identidade como mulher e artista Palikur-Arukwayene.

 

A obra de Keyla Palikur se soma agora a “Alicerce”, trabalho de Andrey Guaianá Zignnatto, do povo Dofurêm Guaianá, inaugurado no dia 24 de maio, junto com a abertura do projeto expositivo. Na obra “Alicerce”, o artista propõe uma inversão simbólica dos fundamentos da sociedade colonial e urbana brasileira utilizando grandes blocos de concreto sustentados por cerâmicas com grafismos indígenas. A peça revela uma tensão entre progresso e ancestralidade e denuncia a marginalização dos saberes indígenas e a “grilagem intelectual” imposta pela modernidade. Ao deslocar o peso da estrutura para o barro, Andrey afirma a resistência e a presença dos povos originários, fundando uma nova narrativa a partir de sua história e espiritualidade.

 

Serviço

Exposição "Insurgências Indígenas: Arte, Memória e Resistência"

Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ)

Av. Joaquim Rolla, 2 – Quitandinha – Petrópolis/RJ

Dia 7/6/2025 – 14h

- Inauguração da obra “Maywaka: mundos entrelaçados, memórias em movimento”, de Keyla Palikur

- Roda de conversa com Catarina Nimbopÿrua, Potyra Guajajara, Urutau Guajajara, Thini-á Fulni-ô e Valdelice Verón

Visitação: terça a domingo e feriados, das 10h às 16h30

Grátis

Livre

 

 

 

 




 

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