Todos sabem que uma
alimentação saudável é fundamental para o desenvolvimento infantil. Mas o que
fazer quando a criança rejeita determinados alimentos importantes para o seu crescimento?
Esse é um desafio comum a muitas famílias — e, para apoiá-las, o Ambulatório
Escola da UNIFASE/FMP oferece um serviço pioneiro em Petrópolis: o Ambulatório
de Terapia Alimentar, que integra ensino de graduação com atendimento
clínico voltado a crianças de até 10 anos.
Com uma abordagem que vai além
do plano alimentar, o atendimento acontece em um espaço especialmente
preparado, com materiais lúdicos e instrumentos clínicos, respeitando a
individualidade de cada paciente. Segundo a nutricionista Juliana Schaefer,
professora e coordenadora do ambulatório, o primeiro passo é descobrir a origem
da dificuldade alimentar.
"A causa pode ser
orgânica, sensorial, estar relacionada a um transtorno de alimentação ou até a
um diagnóstico, como o TEA (Transtorno do Espectro Autista). A partir dessa
avaliação, trabalhamos a aceitação e o contato com os alimentos através dos
sentidos, para que a criança possa cheirar, tocar, conhecer e interagir com
eles", explica.
Um exemplo dessa evolução é a
pequena Helena Francisco, de 6 anos. Embora quando menor tivesse um cardápio
variado, ela passou a recusar alguns alimentos com o tempo. Após iniciar a
terapia no Ambulatório Escola, já apresenta avanços significativos.
"Tem sido muito positivo.
Ela evoluiu bastante na questão de experimentar. Ainda enfrentamos
dificuldades, mas com as opções apresentadas pela equipe, conseguimos
substituir alguns alimentos por alternativas mais saudáveis. Às vezes ela prova
algo novo, mesmo dizendo que não gosta, e em outros momentos aceita
experimentar de novo para avaliar se gosta ou não", conta a mãe, a
enfermeira Jéssica Figueiredo.
Um dos marcos do progresso de
Helena foi experimentar kiwi pela primeira vez. "Ela chegou do Ambulatório
dizendo que tinha adorado e pediu que comprássemos kiwi para comer em
casa", lembra Jéssica.
A participação da família é considerada essencial nesse processo. "Chamamos de atendimento parental, pois visa a participação dos pais nas sessões com objetivo de acompanharem a aproximação dos alimentos e a dinâmica para reproduzirem em casa, criando um ambiente mais saudável e fortalecendo os vínculos. Toda semana os pais recebem uma tarefa para fazer em casa, envolvendo receitas, alimentos e interação culinária lúdica, leve e divertida. A terapia estimula a criança a melhorar a seletividade alimentar e o processo envolve toda família", explica Juliana.
O programa tem duração de 12 semanas, seguido de acompanhamento no ambulatório
pediátrico, que continua orientando os responsáveis. "Trabalhamos uma vez
por semana, mas o empenho da família é diário, e isso faz toda a
diferença", reforça a nutricionista.
Além de beneficiar as
crianças, o Ambulatório de Terapia Alimentar também proporciona aos estudantes
de Nutrição da UNIFASE uma vivência prática diferenciada.
"É uma área ainda pouco
explorada na Nutrição, mas que muda vidas. A criança começa a se alimentar
melhor e isso impacta toda a vida dela, ajudando a formar adultos que comem com
variedade e qualidade. É um trabalho muito bonito", destaca Íris Giglio,
estudante do 8º período do curso.
Credenciado como uma
policlínica, o Ambulatório Escola da UNIFASE/FMP atua tanto na Atenção Primária
quanto na Atenção Secundária, oferecendo desde atendimentos de clínicas básicas
até as especializadas. No caso da pediatria, o foco é a promoção da saúde de
crianças e adolescentes, do nascimento até os 14 anos de idade.
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