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Nesta sexta-feira (28), é comemorado o dia internacional de luta pela saúde da mulher. O público feminino, segundo as estimativas do Instituto Nacional de Câncer, o INCA, é o que tem a maior taxa de neoplasias. No ano passado, as projeções apontavam cerca de 157 mil casos em mulheres, contra 145 mil nos homens. Só o câncer de mama é responsável por cerca de 36 mil registros no ano passado, o que representa 32,5% dos dez tipos mais comuns.



Durante o processo, que em muitos casos, pode causar a retirada das mamas, do útero ou ovários, a mulher também tem de lidar com a queda dos cabelos, o que é um momento de extrema dificuldade. Com o intuito de resgatar a autoestima dessas pessoas, surgiu na Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos, a APPO, o projeto "Fios de Amor", que além de ações de estímulo à beleza, trabalha com a captação, produção e doação de perucas e lenços.



"O trabalho multidisciplinar abraça o físico, psicológico e também o social. Quando falamos desse projeto, estamos falando de autocuidado e do impacto que ele tem no enfrentamento e tratamento do câncer. Muita gente acha que é fútil falar de beleza no tratamento oncológico, mas quando essa pessoa consegue se olhar, resgatando questões que haviam se perdido dentro de si, como a autoestima, vemos nitidamente melhor resposta ao tratamento", diz a psicóloga da APPO, Aline Barbosa.



Em muitos casos, a pessoa com câncer acha que a vida perdeu completamente o sentido, pela perda dos cabelos. Segundo Rosane, além de auxiliar na escolha de uma peruca ou lenços, as conversas e compreensão das necessidades daquela mulher, são essenciais para auxiliar nesse momento.





"Perder os cabelos mexe muito com elas e por isso a gente tenta tranquilizar e trazer um pouco de conforto num momento tão difícil.  Pra quem não se adapta com as perucas, também oferecemos lenços e inclusive, ensinamos amarrações e formas de usar, para que o enfrentamento à doença e ao tratamento, seja mais leve. Muita gente chega aqui pensando que nunca mais vai andar de bem consigo mesma e depois que recebe a orientação, o acompanhamento e o carinho que nós oferecemos, sai daqui feliz da vida.", detalha Rosane.



O projeto é aberto para a participação do público, que pode doar mechas para a produção das perucas. Os fios são catalogados, separados e enviados para o salão DJF Cabeleireiros, que sem custo algum, confecciona cada um dos itens. Todos os tipos de cabelos são aceitos pela equipe responsável.





"Muita gente tem dúvidas sobre o tipo de cabelo que pode ser doado, além do tamanho e das questões que envolvem o uso de química. Todo tipo de fio pode ser útil para a produção. Com cerca de 15 cm de comprimento nós já conseguimos fazer uma peruca. É importante que na ida ao salão, a pessoa já indique ao cabeleireiro de sua preferência que quer doar as mechas. Assim, o profissional consegue fazer o corte de forma que nós consigamos aproveitar", explica a atendente Rosane Rodrigues, responsável pela separação e organização do projeto "Fios de Amor".



A APPO segue criteriosamente todos os trâmites para que haja transparência no processo de produção e também dos fios recebidos. As entradas e saídas são documentadas e os cabelos passam pelo processo de pesagem. Quem vai até a Casa de Apoio ajudar também recebe uma forma de carinho, através da moção de agradecimento. Crianças que fizerem a doação, levam para casa uma bonequinha de pano, que recebe o nome de Vitória/Vitório, em homenagem a quem venceu o câncer. Em muitos casos, até quem recebeu as perucas de forma gratuita, decide voltar após o tratamento, para que outras pessoas sejam beneficiadas com o acessório.



"As pessoas que vêm até a associação buscar as perucas, também acabam se mobilizando e em muitos casos, essas mulheres voltam para devolver depois de já ter usado, para que outras que estão nesse momento delicado, também sejam beneficiadas. A gente acredita muito no poder da conexão e isso faz uma verdadeira rede do bem, seja pra quem doa, para quem recebe ou até quem volta para retribuir esse carinho" pontua Aline.

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